A Samarco retomou nesta quarta-feira (23) suas operações de pelotização no Complexo de Ubu, em Anchieta, no Sul do Espírito Santo. A empresa religou a usina 4, reiniciando a produção de pelotas de minério de ferro no Estado após cinco anos.
A companhia espera que sejam produzidas de 7 a 8 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, o que representa cerca de 26% de sua capacidade total. Como já mostrou a colunista Beatriz Seixas, de A Gazeta, a retomada total deve levar cerca de 10 anos.
As operações da Samarco estavam paralisadas desde novembro de 2015, quando ocorreu o rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG). No dia 11 de dezembro, a companhia deu início ao seu processo de retomada operacional com o recomeço da extração de minério usando sua nova planta de filtragem de rejeitos em Mariana.
O vídeo abaixo, publicado pela página Somos Todos Samarco no Facebook, mostra as primeiras pelotas produzidas nesta quarta caindo no pátio de armazenamento da empresa em Anchieta.
A retomada das atividades da mineradora, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, era algo aguardado para o crescimento da economia do Estado. Com essa primeira fase, a expectativa é que sejam injetados cerca de R$ 80 milhões na economia capixaba.
A Samarco, em plena atividade, gerava cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos e representava 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo. Com retorno gradual, a estimativa é de que sejam abertos 6 mil postos de trabalho. Isso vai representar 1,7% do PIB capixaba.
Para a retomada gradual da produção, a Samarco reativou um dos seus três concentradores no Complexo de Germano e a usina de pelotização 4, no Complexo de Ubu. Desde outubro vinham sendo realizados os comissionamentos a frio e a quente das estruturas, que são testes de funcionamento elétrico-mecânico dos equipamentos necessários para garantir a segurança das operações.
Ainda em outubro de 2019, a Samarco obteve a Licença de Operação Corretiva (LOC), passando a ter todas as licenças ambientais necessárias para a retomada das operações, mas optou por retornar somente após concluir a implantação da planta de filtragem de rejeitos.
Tomamos a decisão de retornar de uma forma gradual, com muita segurança e usando novas tecnologias. Este momento reflete o compromisso da empresa com o reinício sustentável, a segurança operacional, o meio ambiente e o relacionamento com as comunidades. Estamos comprometidos com uma mineração moderna, segura e sustentável, destacou o diretor-presidente da Samarco, Rodrigo Vilela, em comunicado emitido pela empresa.
Segundo a Samarco, a expectativa é que o segundo concentrador de minério possa ser reiniciado em aproximadamente seis anos para atingir um ritmo de produção de aproximadamente 14-16 milhões de toneladas de minério de ferro por ano (Mtpa), e que o reinício do terceiro concentrador ocorra em cerca de nove anos, alcançando uma escala de produção de cerca de 22-24 Mtpa.
Em comunicado, a empresa afirmou ainda que o ramp-up (aceleração) da produção de pelotas de minério de ferro em Anchieta estará sujeito à obtenção dos recursos, licenças ambientais e de outras licenças necessárias, além da aprovação dos acionistas.
Para a operação do primeiro concentrador, em Minas Gerais, espera-se que o sistema de filtragem de rejeitos em funcionamento permita que cerca de 80% do total de rejeitos sejam empilhados a seco na Cava Alegria do Sul após o beneficiamento.
Os 20% de resíduos remanescentes, compostos por água e finos de minério, serão levados para a Cava Alegria Sul, um espaço confinado em uma estrutura de formação natural rochosa que aumenta a segurança. No sistema de filtragem de rejeitos, espera-se que toda a água extraída seja reutilizada nas operações.
A empresa informou ainda que conta com o Centro de Monitoramento e Inspeção (CMI), que atua em tempo real, 24 horas por dia, sete dias por semana.
Com informações da Samarco
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