A administração da Fertilizantes Heringer, empresa criada no Espírito Santo e que está em recuperação judicial, vai seguir tentando uma negociação para concluir a venda da companhia. Recentemente a organização anunciou que a negociação com investidores russos não chegou a um consenso e a venda fracassou.
De acordo com representantes da Relação com Investidores (RI) da Heringer, em 2020 a empresa vai focar em seguir o plano de recuperação judicial já foi aprovado. Este vai ser um ano desafiador, mas contamos com assessorias financeiras que estão auxiliando a empresa em busca de futuras negociações, informou a equipe de RI.
Caso a empresa não seja vendida, o plano de recuperação judicial apresenta a possibilidade de venda de seis das 19 unidades de produção, comercialização e distribuição de fertilizantes que possui.
As unidades que podem ser vendidas são as de Rosário do Catete (SE), Dourados (MS), Três Corações (MG), Rio Verde (GO), Porto Alegre (RS) e Rio Grande (RS). Juntas, as unidades foram avaliadas em mais de R$ 238 milhões - considerando construções, laboratórios, terrenos, e máquinas e equipamentos.
A equipe de RI da empresa não falou sobre a possibilidade de demissões caso as unidades acima sejam vendidas. A unidade de Viana não aparece na lista para possível venda.
2020 é o ano para seguir o plano de recuperação. Fazer os pagamentos que foram acordados e, se necessário, vender uma ou outra unidade, comentou a equipe de RI da Heringer. O plano de recuperação, apesar de já ter sido aprovado, ainda não foi homologado pela Justiça. A expectativa é que isso aconteça até o final de fevereiro.
Segundo consta no plano de recuperação judicial, a empresa tem dívidas que somam mais de R$ 1,8 bilhão. O faturamento da companhia que chegou a R$ 5,3 bilhões em 2016 caiu para R$ 3,8 bilhões em 2018.
Em setembro passado a Heringer divulgou que investidores russos enviaram uma carta de intenções para a compra da empresa. Foi determinado um prazo até dezembro do ano passado para que a negociação ocorresse com exclusividade. Porém, ao término do prazo estabelecido, não houve acordo entre as partes.
Na época a empresa chegou a informar que a decisão já fazia parte de um plano de reestruturação da companhia diante da grave crise que ela vem enfrentando no mercado, especialmente desde 2018.
Em janeiro do ano passado, a Heringer informou que iria fechar algumas plantas no país e demitir funcionários. No comunicado, a empresa afirmava que estava impossibilitada, inclusive, de pagar os salários depois de ter as contas bloqueadas pela Justiça. Na época, a companhia contava com 3 mil trabalhadores. No mesmo mês, dois diretores renunciaram ao cargo.
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