Na manhã desta sexta-feira (20), aquaviários fizeram uma manifestação pacífica em frente à Capitania dos Portos do Espírito Santo, pedindo por melhores condições de trabalho.
Segundo o sindicato da categoria, a combinação de jornadas prolongadas e número reduzido de tripulantes abre espaço para acidentes como o naufrágio de um rebocador em Guarapari no último dia 1º, que levou ao desaparecimento de um trabalhador.
A embarcação naufragou depois de bater em uma pedra, segundo informações dos familiares da vítima, o chefe de máquinas Eric Barcelos Rangel, de 56 anos. Ele estava com outros dois tripulantes no rebocador, que seguia de Vitória para o Porto de Açu, em São João da Barra, no Norte do Rio de Janeiro. Os colegas de Eric foram resgatados no dia 02, após passarem várias horas em alto-mar, mas Eric não foi mais visto.
O presidente do Sindicato dos Aquaviários do Espírito Santo (Aquasind), Antenor José da Silva Filho, afirma que a combinação de jornadas prolongadas e número reduzido de tripulantes é desastrosa, e abre espaço para acidentes.
Ele conta que, atualmente, os trabalhadores atuam em escalas de 48 horas ou 72 horas, mas que há poucos tripulantes, o que dificulta o revezamento.
Já estamos brigando por isso na Justiça há dois anos. Esse acidente que ocorreu em Guarapari era uma tragédia anunciada. Mas diante do ocorrido, estamos fazendo um apelo à Justiça e à Capitania de Portos para que verifique essa redução das guarnições, que muito prejudica o trabalhador.
O sindicato teme que esse não seja o último acidente caso não haja uma mudança de cenário, e, diante disso, já planeja outros protestos. Além de passar pela Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), a categoria planeja ainda manifestações em frente ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES) e à Superintendência do Trabalho, ligada ao Ministério da Economia.
O sindicato não está pedindo nada de mais, apenas respeito aos direitos do trabalhador. De dentro de um gabinente, é fácil dizer que o índice de acidentes na área é baixo, mas, na prática, a realidade é bem diferente. E, se nada for feito, vai ser inevitável uma paralisação das nossas atividades.
Antenor frisa que, diante da pandemia do novo coronavírus, o sindicato solicitou que somente algumas pessoas comparecessem ao ato realizado nesta manhã.
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