Os aplicativos de pagamento, como PicPay, Mercado Pago, Ame, já fazem parte do dia a dia das pessoas e trazem praticidade na hora de comprar em uma loja e de enviar dinheiro para alguém. Também se tornam, no entanto, uma terra fértil para ação de golpistas que se aproveitam de brechas de segurança e mesmo da ingenuidade dos usuários.
Recentemente o Facebook atualizou o aplicativo de conversas, o WhatsApp, que agora permite fazer transferências para outros usuários que estão na sua lista. Mas isso abre brecha para que as pessoas caiam em um golpe, se não prestarem atenção com quem estão conversando.
Segundo a empresa de Mark Zuckerberg, os pagamentos são protegidos por várias camadas de segurança. “Assim como todos os recursos do WhatsApp, o serviço de pagamentos foi desenvolvido com um forte conjunto de princípios de segurança e privacidade em mente. A criptografia entre o seu telefone e os servidores WhatsApp mantém as informações da sua conta de pagamento seguras”, afirma a big tech.
A empresa afirma que o acesso a esses dados nos servidores é “extremamente limitado e monitorado o tempo todo. A proteção biométrica do dispositivo ou PIN do Facebook Pay adiciona outra camada de segurança antes de enviar dinheiro ou fazer um pagamento. Você só pode enviar dinheiro de sua conta do WhatsApp se fornecer as informações corretas de cartão de débito ou combo e verificar se você é um usuário autorizado”.
Com tantas opções de aplicativos e também com a facilidade de pagar no mesmo local onde se conversa, é necessário redobrar o cuidado para não cair nas mãos erradas.
O delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, Brenno Andrade, também reforça a segurança da tecnologia utilizada nos aplicativos. No entanto, a “falha de segurança” está no próprio usuário, já que golpistas utilizam-se de “engenharia social” para poder enganar quem está do outro lado da rede. Vale de tudo: usar foto da pessoa, falar que está precisando de dinheiro, que está com problema no aplicativo do banco… E muitas informações são possíveis de serem encontradas via redes sociais.
“É muito difícil para alguém conseguir invadir o banco de dados de um aplicativo desses e roubar alguém. Mas é muito fácil para o criminoso usar de técnicas conhecidas como phishing para tirar dinheiro da vítima. Recebemos, pelo menos, um registro de ocorrência diário de clonagem no WhatsApp por conta falsa”, conta.
Passar-se por outra pessoa em um aplicativo é uma forma de estelionato, só que no ambiente virtual e o delegado aconselha, que durante uma conversa com um perfil de um conhecido pedindo dinheiro, uma simples ligação para a pessoa pode solucionar a dúvida de que aquele número é dela ou não. “E lembrar de nunca fornecer qualquer código solicitado por alguém”, atenta.
Caso tenha caído em um golpe, a recomendação é registrar um boletim de ocorrência on-line e enviar como prova da denúncias todos os prints da conversa, valores transferidos e qualquer outra informação que ajude a ir atrás dos golpistas. O mesmo vale para tentativa de estelionato virtual. Há também a opção de procurar a Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos (3137-2607 ou 3137-9106).
O especialista em Segurança da Informação e comentarista da CBN Vitória, Gilberto Sudré também reforça os cuidados que as pessoas devem ter com aplicativos em geral, pois tudo hoje é informação e pode ser usado como uma forma de golpe contra usuários desavisados. “O problema vai estar sempre do lado do usuário, que deixa um aplicativo ou e-mail já logado no celular, deixa senhas em um bloco de notas, não usa senha de bloqueio, entre outras falhas”, alerta.
Segundo Sudré, é importante ter senhas diferentes para vários serviços. E na dúvida se vai gravar tudo ou não, o conselho é usar um aplicativo “cofre” de senhas. Ficam todas lá e o usuário só precisa saber de uma para desbloquear esse aplicativo. “A opção de mais um aplicativo de pagamento não piora a situação, pois a conta do banco do usuário não será invadida. As pessoas têm que entender que a internet, assim como a vida real, tem perigos e há lugares e pessoas com os quais devemos tomar cuidados”, adverte.
Sempre use antivírus e o mantenha atualizado.
Não guarde todas as senhas em blocos de notas ou e-mails. Prefira um “cofre” de senhas, que são aplicativos para guardá-las em segurança.
Use senhas diferentes e complexas para diferentes serviços. Cuidado com senhas que tenham nome de animal de estimação, data de aniversário, nome de filhos.
Use autenticação de dois fatores sempre que tiver. Programas de troca de mensagens e a maioria das redes sociais possuem esse esquema de segurança, dificultando as invasões.
Se teve o seu celular roubado, utilize o aplicativo do sistema operacional (Android ou iOS) para rastrear o aparelho e apagar todos os seus dados contidos nele.
Cuidado com links suspeitos de promoções ou sorteios. Verifique na página oficial antes de fornecer dados pessoais e de cartão de crédito.
Evite pagar produtos pela internet usando boleto bancário, prefira o cartão de crédito, pois se houver algum golpe é mais fácil ter o valor estornado pela operadora do cartão.
Sempre realize transações eletrônicas dentro do ambiente do site de compra; nunca por WhatsApp ou e-mail.
Cuidado com o estelionato amoroso. Se iniciar um relacionamento virtual, peça a pessoa que ligue a webcam para saber se ela realmente quem está por trás da conversa: não remeta quantias em dinheiro.
Não acredite em tudo o que você recebe pelo celular. Verifique sempre a veracidade nos canais oficiais antes de clicar no link e procedência duvidosa.
Fonte: Gilberto Sudré, Polícia Civil e Facebook
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