A ArcelorMittal Tubarão vai religar na próxima semana o terceiro alto-forno, paralisado desde abril deste ano pela desaceleração da demanda nacional e mundial de aço em decorrência da pandemia do coronavírus. A indústria, localizada no Complexo de Tubarão, entre Serra e Vitória, atua na produção de ações planos.
O religamento já havia sido anunciado pela companhia em setembro e, nesta terça-feira (20), teve a data divulgada pelo vice-presidente Comercial da empresa, Eduardo Fares Zanotti, durante participação no Indústria Summit, evento on-line realizado em substituição a feiras de petróleo, metalmecânica e construção, que foram adiadas para 2021 por conta da pandemia.
Segundo Zanotti, a empresa acompanhou a evolução do mercado global na pandemia e viu uma rápida recuperação no Brasil, "o que permitiu voltar com o alto-forno 2 já em julho, que estava parado desde o ano passado, e agora estamos voltando com o alto-forno 3 na semana que vem".
Em comunicado ao mercado em setembro, a empresa havia explicado que o religamento é uma decisão estratégica diante da aparente tendência de recuperação pela qual o setor vem passando. "Embora ainda seja cedo para avaliar os próximos cenários, incluindo se haverá retomada e se ela será sustentável, a empresa quer estar preparada para uma maior e mais rápida flexibilização operacional, caso o mercado continue respondendo positivamente", dizia o comunicado.
O terceiro alto-forno tem capacidade nominal de 2,8 milhões de toneladas por ano. A suspensão das atividades foi divulgada com exclusividade pela colunista Beatriz Seixas. Com a volta das operações, a estrutura vai somar forças com o segundo alto-forno que foi religado em julho, após quase um ano parado, como a jornalista de A Gazeta também havia antecipado.
De acordo com o executivo, as boas perspectivas se dão pela projeção de crescimento em 2020 do mercado de aço chinês, o maior do planeta, enquanto no restante do mundo o volume de aço consumido deve ficar igual ou pouco menor que em 2019. No mercado interno, por exemplo, consumo de aço deve cair cerca de 4% neste ano, mas com expectativa de retomar ao patamar de 2019 no próximo ano.
No evento, outras empresas confirmaram investimentos previstos para o Espírito Santo. A Vale reforçou a continuidade do seu Plano Diretor Ambiental em Tubarão, com investimentos de R$ 1,27 bilhão até 2023, segundo afirmou o gerente de Relações Institucionais da empresa, José Lúcio Pádua Soares Júnior.
Outro projeto da mineradora será a recuperação da restinga da Praia da Camburi, em Vitória, e a limpeza e recomposição da faixa de areia na parte norte da praia, onde era depositado minério de ferro até os anos 1970. A ação consta no Termo de Compromisso Ambiental (TCA) assinado pela empresa com o Ministério Público Federal e Estadual.
A Vale ainda prevê R$ 4 bilhões em investimentos até 2025 no complexo portuário de Tubarão que devem abrir 1.500 vagas de emprego já em 2021, conforme já mostrou A Gazeta.
Já o gerente executivo de Engenharia e Projetos da Suzano, Maurício Miranda, reforçou os dois principais projetos da marca no Estado, a construção da fábrica de conversão de papel em Cachoeiro de Itapemirim, que já está em andamento, e a modernização da atual planta de Aracruz.
O projeto de modernização será realizado na fábrica B, uma das três instaladas na área da Suzano, em Aracruz. Será feita a substituição de parte da caldeira, que é a estrutura responsável por gerar vapor e produzir energia elétrica. Com essa mudança, a empresa pretende aumentar substancialmente a quantidade de energia produzida e vendida para as linhas de transmissão. Também será instalado um sistema de cristalização para a captura de cinzas.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta