De Norte a Sul do Espírito Santo, existem 11 aeroportos e aeródromos registrados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Se o número também lhe impressionou, bem-vindo à bordo. Dessas estruturas, sete são públicas e outras quatro privadas, pertencentes a empresas ou localizadas em fazendas.
Se você tem alguns palpites de onde esses aeroportos ficam ou se pelo menos é bom de adivinhações, primeiro faça o nosso quiz abaixo para testar seus conhecimentos.
Para além do Aeroporto de Vitória - o único que opera voos regulares de passageiros domésticos e de cargas até para fora do país - há aeródromos públicos registrados em Cachoeiro de Itapemirim, Linhares, São Mateus, Baixo Guandu, Guarapari e Colatina.
Já entre os privados, um pertence a Suzano (antiga Fibria) e fica localizado em Aracruz; outro é do Aeroclube do Espírito Santo, em Vila Velha; e há dois que são apenas pistas de pousos e decolagens simples, de grama e de terra, em Colatina e em Pinheiros, respectivamente.
No mapa abaixo é possível ver a localização de cada um, fotos, o comprimento das pistas e o tipo de operações que cada um pode realizar.
O primeiro aeroporto construído no Estado foi o de Vitória. Na década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, a União invadiu militarmente algumas propriedades próximas à Praia da Camburi para montar uma base aérea militar.
No local, onde hoje é o sítio do aeroporto, residiam famílias que até hoje não receberam a indenização pela tomada das terras e que seguem brigando pelo dinheiro na Justiça. Até um diretor de novelas da Globo está na disputa judicial.
Ao longo dos anos, o aeroporto passou por várias ampliações até a última, concluída em 2018, que fez com que a Capital capixaba passasse a ter duas pistas de pousos e decolagens e um terminal mais moderno, maior do que o anterior, e com pontes de embarque (fingers). Há até a projeção de voos internacionais para passageiros para 2020. O aeroporto foi leiloado em março de 2019 e, a partir de 2020, terá a administração privada da empresa suíça Zurich.
O segundo aeródromo mais antigo do Estado fica na chamada “Capital Secreta do Mundo”, Cachoeiro de Itapemirim, que entre seus tesouros esconde um aeroporto datado de 1950 que inclusive já operou voos comerciais. No passado, as companhias extintas NAB, Real Aerovias, Cruzeiro do Sul, Itapemirim e Team já operaram voos regulares na cidade, que tinha relevância nacional pela produção de café no Sul do Estado.
O aeroporto de Cachoeiro conta com 1.200 metros de pista, com permissão para voos diurnos e noturnos, e um terminal de passageiros com saguão de 188,50 m2. Um acordo do governo do Estado com a União prevê obras de melhoria do aeroporto em breve.
Hoje, a cidade do Sul capixaba não recebe voos regular e opera apenas com aeronaves de aviação geral (aeromédica, captação de órgãos, eventos, empresários, religiosa, esportiva e artes), de instrução, militares, helicópteros e ultraleves, informou a prefeitura.
Em 1954, foi inaugurado o aeroporto de Baixo Guandu, na divisa do Estado com Minas Gerais. A estrutura não conta com terminal, mas tem pista de 1.200 metros de extensão que comporta pouso e decolagem de aeronaves de pequeno porte, em função do asfalto precário.
Hoje, o aeroporto, que fica às margens da BR-259, é utilizado basicamente por empresas que prestam serviços as usinas hidrelétricas da região (Mascarenhas e Aimorés). Os voos no local foram suspensos por portaria de outubro da Anac.
Anos depois, em 1969, o Estado ganhou uma nova pista de pousos, dessa vez em Linhares, com uma estrutura para pousos e decolagens feita de piçarra (cascalho) que só foi transformada em asfalto em 2009, segundo informações da prefeitura.
Hoje operando apenas voos executivos, o Aeroporto de Linhares está em fase final de obras para ampliação da pista, dos atuais 1.350 metros de extensão para 1.860 metros. Já a obra do terminal - que hoje tem 86 m2 e passará a ter 2.160 m2 -, ainda não tem previsão para ser iniciada. Conforme A Gazeta já mostrou, já há inclusive companhias interessadas em implantar voos para lá após as obras.
A alguns quilômetros dali fica o segundo aeroporto de Colatina. É uma estrutura pública, uma das mais recentes do Estado. Construído em 2000, o local tem uma pista de 1.300 metros de comprimento com capacidade para aeronaves com até 12 toneladas e conta ainda com um pequeno terminal.
A reportagem não conseguiu informações sobre as datas de construção dos aeroportos de Guarapari e de São Mateus, que também operam apenas voos executivos.
No caso de São Mateus, que possui pista de 1.350 metros, trata-se de um dos aeroportos mais movimentados do Estado, pois pequenas aeronaves o utilizam para fazer reabastecimento. Já a pista de Guarapari tem apenas 940 metros e é cercada por estabelecimentos comerciais.
Ainda em seus primeiros anos, o atual Aeroporto de Vitória chegou a abrigar em sua área as atividades do Aeroclube do Espírito Santo. A escola de pilotos, porém, se mudou em 1956 para a Glória e, em 1984, para a Barra do Jucu, onde está instalado até hoje seu aeródromo privado próprio, o João Monteiro, com intensa movimentação de pequenas aeronaves.
Outro aeroporto de operação privada é o que foi construído pela extinta Aracruz Celulose (hoje Suzano), em Aracruz, no início dos anos 2000. Batizado de Aeródromo Primo Bitti, o projeto custou à época para a empresa R$ 3,6 milhões, conforme noticiou A Gazeta em 2002.
Segundo reportagens de A Gazeta, o aeródromo de Aracruz chegou a ser cogitado para receber o avião com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 2002, quando ele veio visitar obras da Aracruz Celulose, mas, por segurança, a equipe do governo optou por fazer o pouso em Vitória e seguir de helicóptero direto para a indústria.
Não há informações públicas sobre as pistas de pousos localizadas nas fazendas XV de Outubro, em Colatina; e Geraldo Alvino Covre, em Pinheiros. A reportagem não conseguiu nenhum contato com as propriedades.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta