As profissões de nível técnico estarão em alta nos próximos anos no setor de petróleo e gás. Entre as carreiras que vão ser demandadas pelas companhias estão, além de engenheiros, operadores de plataformas e técnicos em mecânica e manutenção. A expectativa é de que sejam criados 16,5 mil postos de trabalho no Espírito Santo nos próximos 10 anos.
Segundo o diretor-executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Antonio Guimarães, a maior parte das vagas de emprego estará disponível na cadeia fornecedora, que são aquelas empresas que prestam serviços para grandes petroleiras.
As oportunidades não são apenas para quem tem nível superior ou formados em engenharia. A demanda por profissionais de nível técnico é enorme. Quem quer ingressar nessa indústria, em cargos como esse, deve se preparar agora para estar habilitado em tempo hábil para quando houver a retomada do segmento, orienta.
Ele destaca que no Espírito Santo, o Senai tem um papel importante para a formação de profissionais técnicos. A instituição conta com formação técnica que varia de um a dois anos.
O setor de petróleo e gás passa por um momento delicado e um dos motivos é a baixa cotação do barril. No entanto, executivos que atuam no setor apostam em uma retomada entre meados de 2021 e início de 2023. O Brasil produz cerca de 3 milhões de barris do petróleo por dia e a meta até 2030 é dobrar essa produção.
Para que isso aconteça, o setor vai precisar de pessoas qualificadas para trabalhar. Estamos tendo uma crise e passando por um ano difícil, mas acredito que nos próximos dois anos haja uma aquecida no mercado, proporcionando muitas oportunidades, destaca Guimarães.
Um outro fator que deve alavancar essa retomada são as mudanças na legislação estadual envolvendo o setor de petróleo e gás e que devem impulsionar a economia capixaba e colocar o Estado em maior vantagem competitiva, com a atração de novas empresas e a criação de emprego e renda.
O empreendedorismo também deverá estar em alta com a retomada do mercado desses combustíveis, inclusive para quem pretende atuar em inovação. O segmento precisa de pessoas que sejam empreendedoras delas mesmas e isso vale tanto para quem quer ter uma vaga de emprego quanto para quem quer abrir o próprio negócio e prestar serviços para as empresas do setor. A ideia é fomentar a criação de mil novas empresas na próxima década, comenta o presidente da EnP, Márcio Félix.
Félix conta que criou a EnP no dia 10 de março e que na semana seguinte veio a pandemia do novo coronavírus, obrigando se reinventar. Precisamos rever o estratégico original e a crise acelerou em cinco anos os nossos processos, frisa.
Na hora de contratar, as empresas estão mais de olho nas habilidades comportamentais do profissional do que em seus conhecimentos técnicos.
A gerente de vendas na área de soluções de talento do LinkedIn, Suelen Marcolino, afirma que as competências mais valorizadas no mundo corporativo são: criatividade, persuasão, colaboração, capacidade de adaptação e inteligência emocional. As características, segundo a executiva, foram apontadas em uma pesquisa realizada pela rede social.
Cada vez mais as empresas estão apostando na diversidade, em novas ferramentas de entrevista e utilizando as redes sociais para contratar. Elas querem sair do modelo tradicional e não apenas focar na experiência técnica. As habilidades interpessoais passaram a ter um grande peso nas contratações."
As habilidades foram reforçadas ainda por dois gerentes da empresa americana Shell, Ana Karina Magalhães e Rodrigo Ferreira. Eles ressaltaram que a empresa busca profissionais com capacidade de fazer análises técnicas, pensamento estratégico e que saibam ter um bom desempenho no desenvolvimento de soluções.
O funcionário precisa ter uma mentalidade de crescimento de aprendizado, que ajude a empresa a progredir e que seja curioso. Perfil analítico, adaptabilidade e com entrega de resultados são perfil altamente analisados, aponta Ferreira.
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