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Assédio no trabalho: saiba como denunciar e o que fazer

Assédio no trabalho: saiba como denunciar e o que fazer

Violência afeta diretamente o trabalho e a vida pessoal das mulheres. De cunho opressivo e discriminatório, ela constitui  uma violação aos direitos humanos, segundo o MPT

Publicado em 4 de março de 2020 às 18:31

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Piadinhas, cantadas, insultos e abusos. No ambiente de trabalho, milhares de mulheres sofrem com assédio moralassédio sexual, agressão física, discriminação e preconceito. Essas violências afetam diretamente o trabalho e a vida pessoal delas.

De cunho opressivo e discriminatório, constituem uma violação aos direitos humanos, segundo Ministério Público do trabalho (MPT). Mas o que fazer em meio a essa situação e como denunciar os agressores?

A Gazeta realizou na manhã desta quarta-feira (04) o debate "Um basta ao assédio sexual no mercado de trabalho". A jornalista esportiva e cocriadora do movimento "Deixa ela falar", Gabriela Moreira,  a figurinista e propulsora do movimento "Mexeu com uma, mexeu com todas", Su Tonani, e advogada, doutora em bioética e escritora Elda Bussiger participaram da roda de conversa mediada pela editora adjunta de Cidades de A Gazeta, Erica Vaz.

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Cartilha assédio sexual no trabalho: perguntas e respostas

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Elda Bussinger aponta que o Brasil vive um drama pautado no retrocesso em termos de gênero, em que a autoridade máxima do país legitima a violência e o machismo. A especialista lembra que, em muitos casos, os homens tentam desqualificar a profissional por meio de palavras e atitudes.

"Muitas vezes participei de reuniões pelo país em que as minhas ideias eram apropriadas pelos homens para mostrar que o lugar de mulher é ser submissa e de apoio aos homens", relata.

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A coragem é acessível a todos, mas o primeiro passo para denunciar o assédio é entender e ter consciência que você está vivendo uma situação de assédio, misoginia e machismo. Cada mulher tem o direito de lidar com isso de forma que é confortável para ela e que tem condições para o fazer

Elda Bussiger
Advogada, doutora em bioética e escritora
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Elda ainda enfatiza como uma mesma situação pode ser diferente entre homens e mulheres. "Uma coisa é o homem sair nas ruas sem medo, outra é a mulher. Os homens peitam seu chefe sem medo. Já as mulheres têm medo de se fizerem isso serem despedidas e, com isso, deixar seus filhos sem alimento", expõe.

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Nenhuma empresa hoje no país está preparada para lidar com o assédio e os movimentos são um tapa na cara delas. E quando você leva um tapa na cara, não quer levar outro. As companhias precisam se preparar. Hoje não é apenas uma questão social, mas econômica também. Elas são cobradas por isso

Gabriela Moreira
Jornalista esportiva e cocriadora do movimento "Deixa ela falar"
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É PRECISO REUNIR PROVAS

Os autores de atos de assédio podem sofrer processo nas esferas: administrativa, cível, trabalhista e penal. Cada tipo de processo vai depender da escolha da vítima. A jornalista Gabriela Moreira conta que a primeira coisa a ser feita é reunir provas do que está acontecendo. Documentando bilhetes, e-mails, mensagens em redes sociais, WhatsApp e presentes.

Outro ponto importante é dar visibilidade ao que está acontecendo, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato, que são ou foram vítimas.

"Precisamos ser enxergadas como pessoas que estão trabalhando naquele ambiente e tecnicamente. No jornalismo esportivo, por exemplo, que é o meu caso, durante muito tempo as mulheres estiveram no esporte cumprindo um papel de adorno. É preciso que a audiência, as autoridades e as redações reflitam e entendam que isso não pode mais acontecer", conta.

Também é importante denunciar aos órgãos de proteção e defesa dos direitos das mulheres ou dos trabalhadores, inclusive o sindicato profissional, o que está acontecendo e comunicar aos superiores hierárquicos, bem como informar por meio dos canais internos da empresa, tais como ouvidoria, comitês de ética ou outros meios disponíveis.

CASO JOSÉ MAYER

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Foi muito melhor falar. O que me impulsionou a relatar os assédios que sofri foi que aquilo que passei aconteceu outras vezes e a empresa sabia que aquilo acontecia. Se ela tivesse feito algo antes eu não teria passado por aquilo

Su Tonani
Figurinista e propulsora do movimento "Mexeu com uma, mexeu com todas"
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A figurinista capixaba e propulsora do movimento "Mexeu com uma, mexeu com todas", Su Tonani, há três anos decidiu revelar o assédio sexual praticado pelo ator José Mayer. O caso veio a público por meio de um blog no site do jornal "Folha de S.Paulo". Mayer protagonizava novelas da TV Globo. Depois da denúncia, ele admitiu o erro, a emissora se desculpou e Su se afastou dos holofotes, das fofocas.

Ela explica que é importante ter uma rede de apoio ao redor da pessoa que é assediada, para que ela tenha apoio para tomar suas decisões. "A mulher precisa ser respeitada e fazer o que ela deseja. O que ela quer fazer: levar à empresa, à Justiça, às redes sociais etc. É preciso ouvir a vítima e respeitar suas decisões", comenta.

O QUE A VÍTIMA PODE FAZER?

Algumas atitudes são importantes para fazer cessar o assédio e evitar que ele se propague e se agrave no ambiente de trabalho: 

COMO PROVAR O ASSÉDIO SEXUAL?

A QUEM DENUNCIAR O ASSÉDIO SEXUAL?

O QUE O EMPREGADOR PODE FAZER PARA PREVENIR O ASSÉDIO SEXUAL NA EMPRESA?

Proporcionar um meio ambiente de trabalho livre de qualquer tipo de assédio é dever do empregador. Portanto, para prevenir essa odiosa prática, é importante a adoção de algumas medidas, tais como: 

QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DO ASSÉDIO SEXUAL NO TRABALHO?

O EMPREGADOR PODE SER RESPONSABILIZADO POR ASSÉDIO SEXUAL OCORRIDO NA EMPRESA?

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