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Auxílio Brasil: 50 mil famílias no ES se endividaram com empréstimo consignado

Auxílio Brasil: 50 mil famílias no ES se endividaram com empréstimo consignado

No Estado, beneficiários pegaram, em média, R$ 2.673,54 emprestados pela Caixa, valor quatro vezes maior que o do auxílio, que é de R$ 600

Publicado em 13 de dezembro de 2022 às 19:08

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Consignado do Auxílio Brasil resultou em endividamento. (Pexels)

Até 1° de novembro, uma em cada seis famílias capixabas que recebem Auxílio Brasil tinha feito pedido de empréstimo consignado — que tem as parcelas descontadas diretamente do benefício — disponibilizado pelo governo federal no início do mês de outubro.

Segundo informações do Ministério da Cidadania, concedidas após pedido pela Lei de Acesso à Informação (LAI), 50.569 famílias solicitaram empréstimo consignado no Espírito Santo até o início de novembro, o que corresponde a 16,15% dos beneficiários no Estado — que é o 18° em pedidos de empréstimo no país. São Paulo lidera a lista, com 418.393 solicitações, seguido pela Bahia, com 399.552, e Rio de Janeiro, com 321.978 pedidos.

Dependentes dos R$ 600 pagos pelo governo federal, esses consumidores se endividaram ao pegar em média R$ 2.673,54 emprestado pela Caixa Econômica Federal. O valor do credito é quatro vezes maior que o auxílio. O valor médio no Espírito Santo é um pouco menor do que a média nacional, que ficou em R$ 2.718,24.

Auxílio Brasil: 50 mil famílias no ES se endividaram com empréstimo consignado
R$ 2.673,54
FOI O VALOR MÉDIO DO EMPRÉSTIMO PARA FAMÍLIAS CAPIXABAS

Com relação aos descontos realizados nos benefícios das famílias assistidas pelo programa, o Ministério informou que eles são realizados conforme o calendário operacional do programa Auxílio Brasil, ou seja, todos os consignados realizados até as datas previstas neste calendário repercutem na folha do próximo mês.

Foram emprestados até o início de novembro R$ 9,47 bilhões e, segundo o Ministério da Cidadania, R$ 7,64 bilhões (80% do total) foram feitos via Caixa Econômica.

Consignado

O empréstimo pode ser feito pelo responsável da família beneficiária do Auxílio Brasil, diretamente em instituições financeiras habilitadas junto ao Ministério da Cidadania. A parcela do empréstimo pode ser de até 40% do valor do benefício, e a taxa máxima de juros é de 3,5%. O pagamento será descontado mensalmente, direto no benefício da família. O empréstimo consignado em benefícios do Programa Auxílio Brasil pode ser realizado em até 24 parcelas mensais.

Orientação de especialistas

A liberação de empréstimo consignado para a população mais vulnerável é criticada por especialistas, visto que o risco de endividamento dessa parte da população é maior. E ainda lembram que os recursos dos programas de transferência de renda acabam sendo usados por gastos básicos de sobrevivência.

Segundo o economista e professor da UVV Fabrício Azeredo, o empréstimo só é vantajoso quando o beneficiário do Auxílio Brasil tem alguma necessidade emergencial, como algum eletrodoméstico que queimou e a família precisa com urgência, como uma geladeira, por exemplo.

“É válido para cobrir uma emergência, mas se a pessoa usa o consignado para outras finalidades, como gastos neste momento de festas de fim de ano, o risco de aumentar o endividamento é grande”, frisou.

Para a economista e professora da Fucape Arilda Teixeira, a pessoa que tem dívidas tem a chance de superar a situação mudando o padrão de comportamento em relação a seus gastos. “A pessoa tem que ter em mente a renda dela e elencar seus gastos com prioridade e definir os que não podem ficar fora de jeito nenhum, como gás e luz”, lembra.

Outra dica da professora é escrever uma lista em ordem decrescente de importância, como moradia, energia, gás, gastos correntes, transporte, alimentação e outros gastos, como remédios.

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