> >
Auxílio emergencial e FGTS devem atenuar recessão do coronavírus no ES

Auxílio emergencial e FGTS devem atenuar recessão do coronavírus no ES

Recursos devem injetar na economia do Estado até o final do ano cerca de R$ 4,1 bilhões, valor que equivale a 3,2% do PIB estadual registrado em 2019

Publicado em 3 de julho de 2020 às 06:03

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Data: 11/05/2020 - ES - Vila Velha - Fila para entrar na Caixa da Glória, em Vila Velha - Editoria: Cidades - Foto: Ricardo Medeiros - GZ
Beneficiários que recebem o auxílio emergencial fazem fila na Caixa para sacar o dinheiro. (Ricardo Medeiros)

O ano de 2020 não está sendo fácil sob vários aspectos. Um deles é o econômico. Na última semana, por exemplo, o Banco Central brasileiro revisou a expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) nacional para -6,4%. Já o Banco Mundial prevê uma queda de 8% – a maior em 120 anos de história. No Espírito Santo, segundo a Tendências Consultoria, o recuo deve ser de 4,3%.

Mas a queda, tanto em nível nacional quanto estadual, só não será maior por conta da liberação de dinheiro aos trabalhadores brasileiros – feitas por meio do auxílio emergencial, voltado para os informais, e do saque emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), voltado para quem está no mercado formal.

Estimativas do Tribunal de Contas da União (TCU) apontam para que mais de um milhão de pessoas sejam contempladas com o auxílio do governo federal, o deve injetar R$ 3,4 bilhões na economia local até o final do ano – considerando o pagamento de cinco parcelas do benefício. O FGTS, por sua vez, deve liberar para os capixabas valores em torno de R$ 700 milhões, segundo informou o superintendente de Rede da Caixa, Denis Matias. Somados, os dois valores alcançam R$ 4,1 bilhões – o equivalente a 3,2% do PIB capixaba registrado em 2019.

A economista da Oppen Social Danielle Nascimento explica que os benefícios sociais vão ajudar a reduzir a queda do PIB porque eles serão utilizados para movimentar a economia local. “As pessoas estão precisando desse dinheiro para comprar comida, pagar contas, para sobreviver. É um dinheiro que movimenta o comércio e retorna para o Estado em forma de impostos”, explica.

Danielle destaca que, apesar de os benefícios não resolverem o problema da falta de renda nas famílias, eles proporcionam uma condição mínima de alimentação e subsistência. “São duas ajudas importantes. O auxílio emergencial é uma primeira onda, voltada para os trabalhadores informais, e o saque do FGTS uma segunda onda voltada para ajudar os trabalhadores formais”, esclarece.

O professor da Fucape e PhD em Contabilidade e Finanças André Moura concorda que os valores liberados pelo governo federal vão dar um fôlego para as famílias e também para o comércio. “Algumas dessas pessoas têm necessidades imediatas. Ninguém deve usar esse valor para fazer investimentos em renda fixa ou algo semelhante”, imagina.

Apesar de concordarem que os benefícios sociais vão reduzir a queda do PIB estadual, nem Nascimento, nem Moura arriscam dizer qual será o impacto final na economia. “Difícil fazer uma previsão numérica porque ainda existem pessoas que podem receber o auxílio emergencial e não sabemos quantos trabalhadores vão efetivamente sacar o FGTS”, justifica o PhD em Contabilidade e Finanças.

GARANTIR EQUILÍBRIO DAS CONTAS É O DESAFIO

Se fazer a distribuição de renda às pessoas que precisam reduz a queda do PIB, bastaria distribuir mais dinheiro para que a economia voltasse a crescer, certo? Não exatamente. André Moura destaca que um dos grandes desafios do governo está sendo manter o equilíbrio das contas. “É uma situação complicada porque é preciso investir no lado social, mas sem soltar a mão de vez, a ponto de ficar sem dinheiro para fazer outros investimentos”, pondera.

Este vídeo pode te interessar

Já Danielle Nascimento destaca que, como a verba do governo federal é limitada, é preciso pensar em outras possibilidades. “Essas duas primeiras ondas já ajudam as pessoas, mas na medida que a pandemia se prolongar pode ser preciso vir com outras medidas – até para o caso de precisarmos conviver muito mais tempo com a pandemia. É preciso um ‘plano B’. Sem isso, a situação pode ficar bastante problemática”, conclui.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais