O Banco Central lança nesta quarta-feira (2) a nota de R$ 200, com a imagem do lobo-guará em transmissão ao vivo às 13h30. Será a sétima cédula da família do real. A ideia é que sejam produzidas agora 450 milhões de unidades.
O lobo-guará foi o animal escolhido em pesquisa realizada pela autoridade financeira em 2001 para eleger quais animais da fauna do Brasil deveriam ser estampados no dinheiro brasileiro.
O anúncio da nova cédula no final de julho pegou muita gente de surpresa e trouxe péssimas recordações. Em um passado nem tão distante assim, o dinheiro perdia validade de um dia para o outro, devido à inflação cenário muito diferente do atual, em que ela está controlada e a desvalorização do dinheiro.
De acordo com a diretora de administração do Banco Central (BC), Carolina de Assis Barros, a necessidade de incorporar essa nova cédula ao conjunto da família do real decorre de um aumento extraordinário da demanda por papel-moeda na economia causada pelos saques do auxílio emergencial de R$ 600 e do FGTS e a redução com impressão de papel moeda. Para isso, neste ano, a Casa da Moeda vai imprimir 450 mil unidades da nota de R$ 200, o que equivale a R$ 90 bilhões.
Segundo dados da autarquia federal, apenas no mês de junho, o volume de dinheiro vivo em circulação atingiu R$ 277 bilhões. Em março, no início da pandemia do novo coronavírus, ele não passava de R$ 216 bilhões. Um gráfico do BC, exibido na apresentação para a imprensa da nova cédula na quarta-feira (29), mostra que a projeção original do volume de numerário para 2020 era de R$ 301 bilhões, 7% acima do volume de dinheiro em circulação no ano passado.
Para os especialistas, no entanto, uma nota grande como essa pode facilitar transações ilegais, como lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. Além disso, as novas notas incentivariam a falsificação, já que o custo de produção delas seria menor e o ganho maior por parte dos criminosos.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação acumulada nos últimos 26 anos é de 472,8%. Isso significa que o R$ 1 do ano de criação do Plano Real hoje equivale a R$ 5,73.
Nessa lógica, ter R$ 200 no bolso naquela época seria como ter R$ 1.145,75 hoje (valor corrigido pelo IPCA). De forma contrária, com R$ 200, atualmente, é possível comprar o equivalente a R$ 34 há 26 anos.
Com informações de Siumara Gonçalves e Natalia Bourguignon.
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