A chuva que atingiu a região Sul do Espírito Santo no fim de semana provocou mortes e arrasou cidades, com lojas e casas destruídas, além de veículos tombados após a enxurrada. Supermercados e outros estabelecimentos comerciais tiveram que descartar todas as mercadorias e produtos que ficaram tomados pela lama após a inundação.
Para ajudar esses empresários que tiveram os negócios afetados pelas fortes chuvas, bancos estão lançado linhas de crédito especiais. Uma delas é voltada para as microempresas e os microempreendedores individuais.
O Nossocrédito, oferecido pela Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes) em parceria com o Banestes, vai dar 12 meses de carência para o microempresário ou microempreendedor individual começar a pagar. A linha vai emprestar até R$ 21 mil para microempreendedores que foram afetados pelas enchentes.
Segundo o diretor-geral da Aderes, Alberto Farias Gavini Filho, a taxa de juros normalmente varia de 1 a 1,9% ao mês e o tempo de carência é de seis meses, com prazo máximo de 24 meses para pagar. A medida vai auxiliar quem tem pequenas lojas, salões de beleza, vendedores de produtos caseiros, artesanato, entre outras atividades.
"A previsão é que 300 a 500 empresários devem fazer uso desses recursos. Também vamos postergar por seis meses o pagamento das prestações que já estejam em curso desses empresários. Estamos pensando também em outras atividades para ajudar", afirma.
O governo do Espírito Santo também vai aportar R$ 50 milhões para o Bandes ofertar crédito acima de R$ 21 mil para empresários da região se recuperarem dos impactos das enchentes. O juro será metade da taxa Selic. Ou seja, 5,3% ao ano, já que a Selic está em 10,75% atualmente.
Por conta das consequências das chuvas nas cidades do Espírito Santo, o Sicoob ES vai liberar uma linha de crédito com juro zero para essas localidades, com carência de 12 meses para começar a pagar e parcelamento em até 36 meses (confira mais detalhes abaixo).
O acesso ao crédito também está no radar da Assembleia Legislativa, que fez uma reunião nesta segunda (25) determinando um conjunto de ações em prol das vítimas das enchentes. Um dos pedidos é um mutirão para recuperar documentos de identidade, importante para que tenham acesso ao crédito.
O Banestes informou que vai apoiar os municípios afetados pelas enchentes em três frentes. Uma delas é a linha de microcrédito com taxa fixa de 0,36% ao mês, que vai estar disponível a partir de aprovação da lei. O parcelamento pode ser em até 36 meses e carência de 12 meses para início do pagamento. O limite de contratação é de R$ 21 mil.
Outra alternativa é a linha Capital de Giro Emergencial, que terá taxa de CDI + 0,25% ao mês, com parcelamento em até 96 meses, com carência de 12 meses para início do pagamento das parcelas. O limite de contratação é de R$ 100 mil.
Existe ainda a garantia de carência de seis meses nas operações que já estão em curso nas seguintes linhas: Capital de Giro, Investimento e Microcrédito.
Uma linha de financiamento emergencial para capital de giro, com condições operacionais atrativas foi criada para as empresas que precisam voltar a operar o mais rápido possível. A linha Bandes Emergencial oferece juros reduzidos, equivalentes a 50% da taxa Selic (atualmente em 10,75% ao ano), além de crédito de R$ 21 mil até R$ 500 mil com prazo de até seis anos para pagamento, incluído o primeiro ano de carência.
Isso foi possível com o aporte pelo governo do Estado de R$ 50 milhões junto ao Bandes, por meio do Fundo de Fortalecimento da Economia Capixaba (Fortec).
Para ter acesso aos recursos emergenciais, as empresas de Alegre, Alfredo Chaves, Apiacá, Atílio Vivácqua, Bom Jesus do Norte, Guaçuí, Jerônimo Monteiro, Mimoso do Sul, Muqui, Muniz Freire, Rio Novo do Sul, São José do Calçado e Vargem Alta devem acessar o site do Bandes, pelo link.
Além disso, o banco capixaba prestará atendimentos presenciais ao longo dos próximos dias nos municípios. A condição de empreendimento afetado deverá ser atestada por laudo do Corpo de Bombeiros Militar ou da Defesa Civil Municipal.
Para clientes com contratos vigentes no Bandes, o banco disponibilizará o mecanismo de suspensão de parcelas em curso pelo prazo de seis meses. A medida servirá de amparo para permitir que as empresas afetadas possam recuperar forças para restabelecerem suas atividades. O saldo das prestações suspensas será redistribuído nas prestações subsequentes, mantendo o vencimento final do contrato.
O Sicoob ES está disponibilizando R$ 25 milhões de crédito a juros zero e com até 12 meses para começar a pagar as parcelas. Chamada de Recomeçar, a medida foi adotada para contribuir na reconstrução dos patrimônios perdidos e na retomada das atividades locais.
A modalidade de crédito tem processo de liberação rápido e, além do prazo de um ano para iniciar o pagamento, quem fizer a contratação terá até 36 meses para pagar e juros zerados para parcelas pagas em dia. O valor limite por associado é de até R$ 20 mil e o recurso pode ser utilizado na compra de eletrodomésticos, móveis, utensílios domésticos, roupas e na reforma de imóveis danificados pelas inundações.
O valor já está disponível para pessoas físicas, empresários e produtores rurais, cooperados do Sicoob ES, e os interessados devem residir ou ter empresas em um dos municípios classificados como “em estado de calamidade pública” ou “em estado de emergência”.
O banco informou que está mobilizado para atender aos empreendedores em suas necessidades, mantendo a assistência de crédito ou renegociando operações.
Em casos de necessidade de Capital de Giro Digital, o banco oferece linhas com taxas, prazos e carência que variam de acordo com relacionamento e segmento de atuação de cada cliente. E, como cada necessidade também varia, de acordo com o impacto causado pelas chuvas ou o ramo de atuação, o Banco do Brasil recomenda que os empreendedores procurem atendimento na rede de agências ou pelos canais digitais
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