Um estudo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços aponta que menos de 1% das empresas ativas no Brasil conseguem vender para o exterior. Empresários de Cachoeiro de Itapemirim, que hoje exportam até currais para o Egito, falam sobre as dificuldades que enfrentaram para romper essa barreira e entrar no mercado das exportações. Uma das barreiras é a própria dificuldade para encontrar mão de obra qualificada.
“A começar pela questão logística brasileira, que ainda não é das melhores. Tem evoluído, mas ainda não chegou lá. Ainda tem toda a questão alfandegária, que é um sistema complexo. E ainda tem a questão da legislação tributária brasileira em relação ao comércio exterior. Isso não é tão claro e gera uma certa dificuldade para o empresário exportador”, aponta Ledson Pinheiro, gerente comercial.
Os números do setor atraem. De acordo com dados do Instituto Jones dos Santos Neves, o mercado das exportações movimentou mais de U$ 860 milhões de dólares no Espírito Santo só no mês de maio. Além disso, a participação das exportações capixabas cresceu quase 3% no mesmo período, alcançando a 11ª posição no ranking nacional.
“Os números são favoráveis, são positivos. A gente tem uma pauta exportadora muito importante, baseada principalmente nas commodities, o minério de ferro, o petróleo, a celulose, que representam mais da metade da nossa pauta exportadora” explica o diretor de integração do instituto, Antônio Ricardo da Rocha.
Lian Moreira é proprietário de uma empresa de mármore e granito que exporta há mais de 20 anos e conta que, no início, não foi fácil se inserir no mercado. Hoje, uma das principais dificuldades é no momento da procura por mão de obra qualificada.“Tem a documentação, que é diferente, a forma de trabalho é diferente, a logística é diferente, a forma de contactar o cliente é outra forma. Você precisa ir lá, depende de um idioma novo”, aponta o empresário.
Apesar dos desafios, as empresas exportadoras ainda correspondem a 15% dos postos de trabalho formais em todo o Brasil, empregando um total de 5,2 milhões de pessoas. “A gente olha uma grande empresa dessa, voltada para o mercado externo, produzindo aqui no estado, ela movimenta toda uma cadeia de serviços ali do seu entorno porque promove a geração de muitos empregos diretos e indiretos”, enfatiza Antônio Ricardo da Rocha.
Para quem vislumbra entrar nesse mercado, o segredo é tomar decisões baseadas em informações consolidadas. “É preciso estudar bem para onde você tá exportando e qual é o mercado, para que essa operação seja bacana do início ao fim”, aponta Ledson Pinheiro.
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