Um setor emergente e que pode ajudar a desenvolver diversas áreas no Espírito Santo. Assim é a biotecnologia, que possui um vasto campo de trabalho, podendo contribuir da agropecuária à produção de remédios e cosméticos. Nessa indústria, são utilizados sistemas biológicos, organismo vivos e seus derivados para fabricar ou modificar produtos ou processos com finalidade produtiva.
No Estado, a biotecnologia não tem a mesma força que outras áreas da indústria já desenvolvidas há mais tempo, como a Agroalimentar e a Metalmecânica, por exemplo. Mas os produtos criados por este campo podem ser utilizados para fortalecer ainda mais os carros-chefes do setor produtivo capixaba. É um novo potencial para resolver desafios com desenvolvimento de testes e diagnósticos químicos, plantas e culturas agrícolas mais resistentes, pesticidas menos impactantes, melhoramento de alimentos e bebidas, produção de insumos químicos e enzimas.
A Biotecnologia no Espírito Santo - tema da quarta matéria da série que fala a respeito os setores industriais do Estado e as rotas de desenvolvimento traçadas pela indústria, governo do Estado e academia, para estimular o crescimento dessas áreas - tem uma gama de desafios. Por outro lado, também conta com pontos positivos, segundo destaca a idealizadora da DSBio, Diana Sales.
O Espírito Santo tem uma diversidade muito grande. E a gente viu uma possibilidade de desenvolver aqui a biotecnologia nas áreas das saúde humana, saúde animal, agricultura, bioenergia - uma série de campos que nos permitem trabalhar com a biodiversidade existente no Estado, avalia.
Durante um longo período, a biotecnologia ficou quase que restrita aos estudos para a produção de alimentos transgênicos - fato que fez com que muita gente acabasse por associar diretamente os dois campos. Na verdade, a biotecnologia é muito mais ampla. A parte de transgênicos é apenas uma das linhas de pesquisa, explica Sales.
No Espírito Santo, o desenvolvimento da Biotecnologia ganhou mais força a partir do ano 2000, quando a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) implantou o mestrado e doutorado na área. Com isso, alguns pesquisadores passaram a desenvolver produtos com base nas pesquisas acadêmicas que eram feitas.
A gente percebe que há uns quatro ou cinco anos a área vem crescendo aqui no Estado. Para nós, que trabalhamos com esse campo, é uma satisfação imensa, porque o Espírito Santo tem um excelente potencial, tem a Mata Atlântica que é uma grande fonte de recursos para pesquisa da agropecuária à cosmetologia, destaca a idealizadora da DSBio.
Por mais que o setor da biotecnologia esteja se desenvolvendo no Espírito Santo, um ponto ainda carece de mais atenção: o mercado consumidor. Segundo Diana Sales, caso o mercado interno não seja expandido, as empresas podem ficar sem ter como competir ao tentar emplacar seus produtos no Brasil e no mundo.
O mercado externo já tem uma concorrência muito alta das grandes potências. Nós temos que desenvolver profissionais para resolver os problemas do Espírito Santo. Caso contrário, nós começaremos a desenvolver histórias que não são nossas, alerta Diana Sales.
A grande sacada é trabalhar com a nossa diversidade na resolução dos nossos problemas. Assim, crescem tanto o Estado quanto a biotecnologia. Alguns Estados como Pernambuco, por exemplo, já avançaram muito nesse sentido e nós estamos muito aquém, analisou.
Mas Sales acredita num futuro próspero para o campo da biotecnologia no Espírito Santo. Até 2035, segundo ela, o Estado tende a evoluir muito nessa área. Precisamos avançar em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI). Fazendo PDI, você desenvolve o ser humano para encontrar soluções biotecnológicas para os problemas locais, sugere. Com isso, você pode capacitar uma equipe e elaborar um trabalho para descontaminar a bacia de um rio, exemplificou.
A gente investindo no setor, vislumbro um grande avanço. Acredito na sustentabilidade, nos benefícios econômicos e sociais que podemos alcançar até 2035 neste setor aqui no Espírito Santo, conclui Diana Sales.
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