No primeiro dia útil do ano a Bolsa brasileira bateu um novo recorde. A sessão que abriu o ano de 2020 para o mercado financeiro, nesta quinta-feira (2), refletiu o otimismo internacional. O pregão do ano e encerrou a sessão em nova máxima histórica do Ibovespa - principal indicador do desempenho médio das ações negociadas na B3 - com avanço de 2,53%, aos 118.573,10 pontos. O volume financeiro foi de R$ 20,99 bilhões.
O último recorde registrado pela B3 tinha sido no dia 26 de dezembro, quando encerrou o dia em 117.203 pontos. Especialistas apontam que a expectativa de avanço nas negociações entre Estados Unidos e China para reduzir a tensão comercial entre as duas maiores potências econômicas do mundo e a decisão do Banco Central chinês pela redução da parcela dos depósitos que os bancos devem manter como reserva, de 13% para 12,5% foram alguns dos impulsionadores do mercado de ações brasileiro.
Na última sessão do ano de 2019, o Ibovespa recuou 0,76%, em um movimento natural de investidores realizando lucros. Durante o ano passado a alta acumulada pela B3 foi de 31,58%, que é a maior variação anual desde 2016.
Pedro Lang, economista e sócio da Valor Investimentos, afirma que além da percepção do cenário externo ter melhorado bastante, a tendência é que 2020 seja um ano bom para os investimentos em bolsa, com menos volatilidade e com menor risco. "Sobretudo por conta da melhor relação entre Estados Unidos e China e ser um ano de eleição presidencial nos Estados Unidos. No início do ano o mercado começa a precificar essas coisas. A gente não deve ver a inflação subindo ou alta de juros no mercado internacional, o que faz com que fiquemos confortáveis em relação à bolsa", explica.
Além disso, o especialista aponta que na virada do ano existe um fenômeno interessante que se repete anualmente: os meses de dezembro e janeiro são positivos.
Internamente o país vê um primeiro ano de especulações sobre o governo chegar ao fim. O sócio da Alphamar investimentos, Renan Lima, aponta que a manutenção da economia e a redução das taxas de juros vêm fazendo o valor das companhias se elevar, o que reflete no lucro das empresas e, consequentemente, no preço de suas ações.
"Tivemos um ano de prova com um primeiro ano do governo do novo presidente (Jair Bolsonaro) e a aprovação da reforma da Previdência, um fato gerado e não apenas especulação. Isso dá um voto de confiança para o mercado de que as coisas podem caminhar. Junto a isso estão outras reformas que devem sair do papel ainda em 2020", aponta.
Números do Banco Central apontam que o Brasil acumulou saída líquida de pouco mais de US$ 43 bilhões até 27 de dezembro. Mas, a expectativa de mais ofertas de ações em 2020 somada ao alívio nas tensões comerciais alimentam esperanças de uma melhora no fluxo cambial. O mercado projeta taxa de R$ 4,08 ao fim de 2020, segundo a mais recente pesquisa Focus do Banco Central.
Profissionais do mercado têm citado as expectativas de fortalecimento da economia como um suporte à taxa de câmbio, já que tal movimento poderia atrair mais fluxo de capital - com consequente aumento da oferta de moeda no país. Nesta quinta-feira, a moeda americana fechou em alta de 0,32% - cotada a R$ 4,026.
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