A BR Distribuidora não deve vender a participação que tem na ES Gás já em 2020. É nisso que acredita o diretor-presidente da nova estatal capixaba, Heber Resende. A empresa é uma sociedade entre o governo do Estado (51%) e a companhia nacional (49%).
Em novembro, o novo presidente da BR Distribuidora, Rafael Grisolia, confirmou o interesse da empresa em vender a fatia que tem da ES Gás. Vale lembrar que a BR foi, recentemente, privatizada pelo governo federal. Hoje, a administração fica por conta de um conselho de administração, formado por vários representantes.
Não acredito que a venda seja em 2020. A BR tem interesse em vender as ações depois que a companhia estiver de pé e com o menor risco possível nas suas operações. Do ponto de vista empresarial não faz sentido vender antes que a companhia esteja em sua plena capacidade de operação, pondera Heber Resende.
Acho que ela vai continuar nos ajudando na operação e, provavelmente, vender quando a ES Gás estiver voando. Se fizer assim, os lucros com a venda tendem a ser muito maiores, acrescentou o diretor-presidente da ES Gás.
Apesar de ter uma boa expectativa para a atuação da empresa ao longo de 2020, o diretor-presidente disse que ainda não é possível afirmar os investimentos que serão feitos na estatal. Ele, porém, garante que a companhia capixaba já está sendo procurada por empresas interessadas em um novo contrato de distribuição.
Apesar de já estar oficialmente criada desde setembro, ela ainda não pode iniciar a distribuição de gás para a população. Para que isto aconteça é preciso, antes, que o contrato de concessão seja assinado entre o governo do Estado e a ES Gás.
Já temos uns 40% do contrato resolvido. Já houve troca de algumas minutas para lá e para cá e estamos chegando perto dos finalmentes. A nossa meta é que no primeiro trimestre de 2020 possamos estar com tudo pronto para começar a operar, informou Resende.
Atualmente, a ES Gás funciona em uma sala da BR Distribuidora, dentro do Edvit, o prédio da Petrobras, localizado na Reta da Penha. Em 2020, no entanto, a estatal capixaba vai precisar de uma nova sede.
Isso porque, segundo Heber Resende, o preço do aluguel sugerido pela Petrobras está acima do orçamento definido pela ES Gás. Vamos sair deste prédio ainda no início deste ano e ainda estamos procurando outros locais. A única restrição que temos é que precisa ser em Vitória, disse.
O preço também é importante porque, no fim das contas, tudo isso vai para a tarifa que é paga pelo consumidor. Se não fizermos esses ajustes com firmeza, acabamos impactando a tarifa. E não queremos fazer isso, destacou.
Hoje em dia o preço médio do gás no Espírito Santo é de R$ 2,28 - fala-se em preço médio porque cada tipo de consumidor tem uma tarifa diferente.
A maior parte da composição do preço gás é o valor da molécula - que corresponde a 60% do preço final do gás. Outros 20% são impostos, 10% de transporte e outros 10% de margem de lucro na distribuição - destes 10% ainda são retirados a outorga, amortização de investimentos, custos de operação, entre outros fatores.
O preço médio pode diminuir por uma série de razões. Estamos discutindo um novo mercado de gás no país. Havendo novas ofertantes de molécula, o preço pode cair. Qualquer mexida na redução dos impostos também pode nos ajudar, tem o aumento da capacidade de volume de distribuição. Tudo isso pode fazer o preço cair, disse Heber otimista com os desafios que o mercado vai apresentar ao longo de 2020.
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