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Brasil deve emitir o "real digital"; moeda poderá ser usada no comércio

Brasil deve emitir o "real digital"; moeda poderá ser usada no comércio

Após lançar o Pix, o Banco Central  agora estuda uma ferramenta que funcionará como extensão da moeda física. Modelo ainda está sendo discutido junto ao setor privado. Entenda

Publicado em 24 de maio de 2021 às 14:46

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Dinheiuro
Dinheiro virtual deve substituir aos poucos moeda física. (Assespro-Paraná/Reprodução)

Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira (24) as primeiras informações sobre o  "real digital" que planeja implementar no país. A moeda, segundo a instituição, deverá funcionar como uma extensão do dinheiro físico e poderá ser utilizada, inclusive, para pagamentos no comércio.

As diretrizes divulgadas marcam a conclusão da primeira etapa de estudos iniciada pelo Banco Central em agosto do ano passado. O BC destacou que, tendo em vista a acelerada transformação digital em andamento na economia global, a discussão sobre a emissão de moedas digitais pelos bancos centrais ganhou proeminência ao longo dos últimos anos, e por isso tem promovido discussões internas e com seus pares internacionais acerca da implementação do meio de pagamento.

Ainda segundo o órgão, a possível moeda digital deverá proporcionar maior eficiência dos pagamentos em varejo, podendo contribuir para novos modelos de negócio e até mesmo facilitar a integração econômica do Brasil com outros países por meio de transações internacionais.

“Nós temos vivido uma verdadeira revolução tecnológica, e o que tem se observado é que o Banco Central tem buscado se adaptar a esse novo ritmo. A pandemia acelerou as coisas, mas é algo que já vinha acontecendo desde antes. No ano passado, tivemos a implementação do Pix, que rapidamente caiu no gosto da população, e agora vem esse novo projeto, que pode ser muito benéfico para o comércio”, avaliou o economista Ricardo Paixão.

Ao passo que considera que é preciso aguardar mais detalhes, Paixão frisa que o novo meio de pagamento deve ajudar a dinamizar a movimentação de dinheiro entre pessoas e estabelecimentos, até mesmo em função da possibilidade da moeda digital ser transacionada on-line e off-line, o que deve torná-la mais acessível.

Ainda assim, destaca que a moeda digital estudada pelo BC não pode ser encarada como uma concorrente do bitcoin ou de outras criptomoedas, tendo em vista que não há remuneração por trás do negócio. O ativo terá o mesmo peso do real, logo, não há ganhos.

Além disso, uma eventual moeda digital emitida pelo Banco Central precisará ter segurança jurídica, aderir às regras de proteção de dados e se adequar às recomendações internacionais para prevenção de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.

“É uma alternativa a mais para a realização dos pagamentos. E uma alternativa bastante interessante, se considerarmos que hoje o pagamento em espécie ocorre com frequência cada vez menor. O consumidor prefere pagar, por exemplo, com PicPay, Pix ou cartão. Não são todos os consumidores que têm acesso, é claro, porque depende de um dispositivo tecnológico e de conhecimento dessas tecnologias, mas é uma novidade bem-vinda.”

Em nota, o BC esclareceu que o projeto ainda está em fase de estudos e que é preciso aprofundar a discussão com o setor privado antes de definir um cronograma de implementação da moeda. Por conta disso, informou também que as diretrizes poderão ser alteradas posteriormente.

“O diálogo com a sociedade permitirá uma análise mais detalhada não apenas de casos de usos que possam se beneficiar da emissão de uma CBDC [sigla em inglês referente a Central Bank Digital Currencies, moedas digitais emitidas pelos bancos centrais], como também das tecnologias mais adequadas para sua implementação", frisou.

ENTENDA O PROJETO DE MOEDA DIGITAL DO BANCO CENTRAL

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