O Brasil precisa reconhecer os avanços no agronegócio nos últimos 50 anos e assumir o protagonismo mundial atingido no segmento. Essa é a avaliação feita pelo head da Revista Globo Rural, Cassiano Ribeiro, e pelo sócio da gestora de recursos 10b, Edsmar Resende, durante o TecnoAgro 2023, na manhã desta quinta-feira (17), em Linhares, Norte do Espírito Santo.
A análise foi feita durante o primeiro painel do evento, intitulado “Ideias inovadoras: o ecossistema empreendedor no agro”, que contou com a mediação da apresentadora do Jornal do Campo e editora do ES2, da TV Gazeta, Claudia Gregório.
Cassiano destacou que há muito negacionismo dentro do agronegócio, o que prejudica que o país entenda sua relevância mundial no setor.
“O produtor, mais do que ninguém, sabe o que acontece na lavoura. Tem que ser ele o agente que vai apontar o que está errado, não deixar ser pautado. Se a gente não se unir, vai perder essa oportunidade”, setenciou.
Edsmar Resende destacou que esse protagonismo do país perpassa pelas tecnologias, que devem mudar radicalmente com a disponibilização dessas inovações aos produtores.
“Todo o mercado de insumos que conhecemos vai ser modificado radicalmente, Usamos muitos fertilizantes com nitrogênio, uma das principais causas do efeito estufa e que gera essas mudanças climáticas. É importante que o produtor se questione: ‘Estarei nessa lista de produção que prejudica o meio ambiente?’”, refletiu.
Além da busca por diminuir os impactos ao meio ambiente com relação a forma de aplicação dos fertilizantes, Edsmar Resende destacou inovações como robôs autônomos que passam a noite na lavoura em busca de pragas e contam com espectro de luz para eliminar insetos.
Mesmo com capacidade para pautar o mundo do agronegócio, os profissionais avaliam que o Brasil ainda enfrenta alguns desafios internos relacionados à tecnologia.
“Há um abismo que cada vez cresce mais e que os pequenos produtores não estão acompanhando. Por isso, a importância dos órgãos de assistência rural”, afirmou o sócio da 10b.
No Espírito Santo, como exemplo, há o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Espírito Santo (Senar-ES), que prestam apoio do pequeno ao grande produtor.
A partir dessa assistência técnica, será possível ultrapassar a principal barreira no agronegócio, na avaliação de Edsmar Resende: “O principal desafio é conciliar o tradicional com o conhecimento hightech, que juntos são muito poderosos”.
Cassiano Ribeiro, por sua vez, cita a educação como mecanismo para levar conhecimento tecnológico do pequeno ao grande produtor. “O ecossistema de inovação hoje tem pessoas de todas as idades, de todos os setores. A gente entende esse receio de passar a gestão para algum filho, mas você ouvir e aceitar faz muita diferença”.
Claudia Gregório citou, como exemplo, reportagens feitas no Jornal do Campo que abordam o êxodo urbano ocorrido no Espírito Santo, com jovens voltando ao interior depois de formados.
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