Quem viaja pelo Aeroporto de Vitória pode estar correndo um risco sem saber. Isso porque o Eurico de Aguiar Salles é o terceiro maior alvo de brincadeiras perigosas com laser em todo o Brasil. Geralmente, as aparições ocorrem no pouso, momento que exige dos pilotos ainda mais concentração.
Os pilotos que passam por essa situação relatam que a luz forte do laser causa distração, ofuscamento da visão e até cegueira temporária. De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), entre janeiro e novembro, foram 23 registros.
O número, apesar de não ser assustador, é maior do que o registrado em aeroportos com muito mais movimento, como Congonhas, em São Paulo, São José dos Pinhais, na região de Curitiba, e Santos Dumont e Galeão, no Rio de Janeiro.
Piloto há 38 anos, Álvaro Santana é ex-presidente do Aeroclube do Espírito Santo, localizado em Vila Velha. Ele conta que também já foi alvo de disparos de raio laser.
Uma das explicações para a alta incidência de laser em Vitória, segundo o major Sergio Anechini, do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (NOTAer), é o fato de o campo de aviação estar localizado no meio de um centro urbano. Existem outros aeroportos maiores que ficam mais afastados e não registram tantos casos como aqui. Ainda assim, é um assunto que requer atenção avalia.
Neste ano, o mês em que mais foi registrada a incidência de raio laser foi fevereiro, com 8 casos. De 2013 até este ano foi observada uma queda significativa no número de ocorrências registradas - que saíram de 181 para 23, até novembro.
O Código Penal Brasileiro prevê punições para quem comete essa prática. De acordo com o artigo 261, expor a algum perigo uma aeronave, ou praticar qualquer ato que impeça ou dificulte o voo é um crime cuja pena varia de quatro a cinco anos de prisão. Se o ato resultar em queda ou destruição de aeronave, a pena pode chegar a 12 anos de reclusão.
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