O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deve analisar, nesta semana, se autoriza ou não a fusão da Nestlé com a Chocolates Garoto. Em abril deste ano, a compra da fábrica capixaba pela multinacional de alimentos vai completar 21 anos.
Em 2004, o Cade chegou a vetar a fusão. Porém, a decisão foi suspensa no ano seguinte, após a Nestlé recorrer à Justiça. Em 2009, houve a determinação para que o conselho fizesse nova análise sobre o negócio envolvendo a multinacional e a Garoto. Desde então, a disputa permanece na Justiça e no aguardo de uma solução definitiva por parte da autarquia.
Caso o órgão autorize a fusão, isso vai significar o fim de uma longa disputa. Isso porque, dentro do próprio conselho, nunca houve uma unanimidade sobre a questão, o que fez o caso permanecer durante anos como um dos maiores imbróglios da história da autarquia.
Desde que a multinacional assumiu o controle da Garoto, muito se falou sobre a troca no poder, inclusive com o risco de a fábrica capixaba precisar se desfazer de marcas consagradas, como Serenata de Amor e Baton, de forma a atender as exigências do órgão antitruste brasileiro.
Toda a gestão da Garoto, criada há quase um século em Vila Velha, é feita pela Nestlé, mas, na teoria, a empresa ainda não pertence à gigante mundial de alimentos.
O Cade passou a avaliar se concede ou não a concretização de alguns negócios entre as empresas a partir de 2012. As exigências sigilosas, como a possível venda de marcas, não saiu do papel desde então. A companhia capixaba, porém, continuou recebendo uma série de investimentos ao longo desses anos.
“Somente nos dois últimos anos, a fábrica da Garoto, em Vila Velha, contou com investimentos de cerca de R$ 200 milhões para as operações direcionadas tanto para o lançamento de novos itens do portfólio quanto para a modernização e ampliação da unidade da companhia na região. Com o investimento, a planta local recebeu um prédio adicional para abrigar duas novas linhas de produção em um espaço construído seguindo critérios de sustentabilidade, com certificação Green Building House”, informou a Nestlé, em nota divulgada por A Gazeta no ano passado.
Além disso, a empresa destacou que, ao longo desses 20 anos, inseriu na fábrica mais cinco novas linhas de produção completas, aproximadamente 10% a mais em número de linhas de produção, além na modernização necessária para melhoria de performance da unidade. Em relação a 2002, com a aquisição de novas linhas de produção, houve aumento de 33% na disponibilidade de caixas amarelas.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta