Criada em 2008, em Vila Velha, a Wine se prepara para abrir capital na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A empresa de e-commerce especializada na seleção, indicação e entrega de vinhos ao redor do país, planeja levantar cerca de R$ 1 bilhão em sua oferta pública inicial de ações (IPO).
Segundo cronograma divulgado no último dia 8, a companhia, que hoje conta com 1 milhão de clientes em seu site, e mais de 178 mil sócios do clube Wine, deve iniciar as negociações de ações na Bolsa em 6 de novembro. Elas serão listadas sob o código WNBR3.
Para esta sexta-feira (16), porém, está previsto o início do período de reserva de ações por investidores interessados. A previsão, até então, é que cada ação custe entre R$ 8,50 e R$ 10,50. Já o valor mínimo de pedido de investimento é de R$3 mil por Investidor da Oferta de Varejo, e R$1 milhão por Investidor Private.
A oferta primária será de 57,7 milhões de novas ações ordinárias. Já a oferta secundária, será de 16 milhões de ações.
Apesar da abertura de mercado, as gestoras EB Capital e Península continuarão sendo as maiores acionistas após a operação, com o controle do negócio, conforme a empresa tem dito a investidores nas reuniões iniciais sobre a oferta.
Os bancos coordenadores da operação são Itaú BBA, BTG Pactual, Bank of America e XP Investimentos. Parte dessas instituições também será responsável por ampliar a oferta de ações da companhia, levando-a ao mercado exterior, a começar pelos Estados Unidos.
Em expansão, a empresa viu suas vendas dispararem no primeiro semestre deste ano, principalmente após o início da pandemia. A Wine registrou aumento de 26,4% na receita líquida total até 30 de junho, quando comparado ao mesmo período de 2019. No primeiro trimestre, período anterior à pandemia, o crescimento de receita líquida de 12,1%.
Esse crescimento, segundo o estrategista chefe da APX Investimentos, Tiago Pessotti, é um dos fatores que tornam a decisão de abrir o capital tão interessante.
A pandemia ajudou a fomentar de vez o e-commerce no país, e deve se tornar uma tendência que empresas que nasceram dessa forma entrem na Bolsa. Mas, a Wine tem um modelo de negócios bastante interessante, que chama a atenção do investidor. É um dos maiores clubes de vinhos do mundo, e o maior da América Latina. Então, ela tem uma relevância.
Outro fator importante, conforme destacou o estrategista chefe da APX, é o fato de que boa parte dos recursos que a empresa captar devem ser investidos na expansão do negócio, tanto por meio de investimentos em tecnologia, quanto em marketing, logística, ampliação das físicas, e aquisição de novas empresas.
A perspectiva de crescimento do negócio, além do fato de que os investimentos em renda fixa andam compensando pouco para quem busca rendimentos, pode tornar a aplicação atrativa. Pessotti destacou que a empresa pode captar entre R$ 700 milhões e R$ 1 bilhão na oferta pública inicial de ações (IPO).
A empresa deve passar a valer cerca de 1,3 bilhão após a conclusão da operação. E é um ponto importante de se observar porque a gente não via muitas empresas que nasceram no e-commerce operando na Bolsa.
Em cumprimento a orientação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Wine informou que está em período de silêncio, e, portanto, não comentará sobre o assunto.
A Wine é um clube de assinatura e e-commerce de vinhos, que opera através de um modelo direto ao consumidor e uma plataforma omnicanal abrangente, incluindo assinatura, e-commerce (via Wine e Vinho Fácil), B2B (tanto no mercado on-trade, que contempla bares, restaurantes e hotéis, quanto no mercado off-trade, representado por supermercados, quiosques e lojas de varejo), lojas físicas e eventos.
Foi criada em Vila Velha, em 2008, e, dois anos depois, lançou o clube Wine, programa de assinatura em que os clientes recebem vinhos em casa com regularidade.
Em 2011, inaugurou um novo centro de distribuição na Serra. Oito anos depois, em São Paulo (SP). Atualmente, a empresa é situada em Vitória.
Com crescimento consistente, a companhia decidiu abrir seu capital e negociar ações na Bolsa de Valores brasileira, a B3 (Brasil Bolsa Balcão).
A Wine pretende levantar cerca de R$ 1 bilhão com o seu IPO, dos quais metade em tranche primária e metade em tranche secundária.
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