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Cariacica quer transformar trecho de 'ferrovia fantasma' em avenida

Cariacica quer transformar trecho de 'ferrovia fantasma' em avenida

Os 11 municípios por onde passa trecho da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) no Espírito Santo têm projetos para uso da área da linha férrea, sendo alguns para mobilidade e outros para turismo

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 19:04

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Ferrovia: Trilhos em Campo Grande, Cariacica
Ferrovia Centro-Atlântica: trilhos em Campo Grande, Cariacica. (Fernando Madeira)

Além do plano de desenvolvimento de projetos de turismo ao longo dos 257 quilômetros da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) que passa no Espírito Santo cortando 11 municípios, existem também projetos para utilizar os trechos da "ferrovia abandonada" para ajudar na mobilidade urbana das cidades.

É o caso de Cariacica, que pretende instalar avenidas em trechos, assim que conseguir assumir a ferrovia com a devolução do trecho Itaboraí (RJ) – Vitória (ES), previsto no processo de renovação antecipada da FCA, que está em fase de audiências públicas. 

Segundo o deputado federal Gilson Daniel (Podemos), que está liderando as interlocuções com o governo federal sobre o tema, algumas cidades por onde a ferrovia passa dentro da área urbana têm projetos para transformar o traçado em avenidas e outros querem trabalhar a questão turística, que é o caso de uma ciclovia prevista para ligar Viana até Mimoso do Sul ao longo do traçado da ferrovia.

"Cariacica tem um primeiro estudo, relatado pelo prefeito Euclério Sampaio, de transformar a ferrovia em avenida para resolver problemas de mobilidade urbana na região de Cruzeiro do Sul e Campo Grande, por onde passa a ferrovia. Assim é possível fazer um binário para desafogar a região do terminal de Campo Grande", conta.

Cariacica quer transformar trecho de 'ferrovia fantasma' em avenida

O deputado acrescenta que também há projetos de transformar ferrovias na área urbana, como em Vila Velha, que pretende construir parques lineares para a população. E em Viana, a ideia é criar um polo gastronômico na estação, onde será também o ponto de partida da ciclovia e pista de caminhada. 

No geral, plano é transformar a ferrovia em um grande atrativo turístico, contribuindo para o desenvolvimento econômico e cultural da região. O trecho de 257 quilômetros da Ferrovia Leopoldina no Espírito Santo conecta 11 municípios: Vila Velha, Cariacica, Viana, Domingos Martins, Marechal Floriano, Alfredo Chaves, Vargem Alta, Cachoeiro de Itapemirim, Atílio Vivácqua, Muqui e Mimoso do Sul.

Procurada para comentar a proposta, a Prefeitura de Cariacica informou apenas que aguarda a conclusão dos trâmites relacionados à renovação da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela VLI Logística. Após essa definição, que inclui a devolução do trecho abandonado (linha férrea Leopoldina) entre Itaboraí (RJ) e Vitória (ES), serão analisados projetos de melhorias.

Devolução pode sair antes do processo de renovação

A devolução do trecho está no contexto da renovação antecipada da concessão da FCA, que está sendo discutida em Brasília e está em fase de audiências públicas. A ferrovia é controlada pela VLI Logística desde 1996. O contrato está previsto para terminar em 2026, mas uma negociação prevê a extensão da vigência por mais 30 anos, com investimentos de quase R$ 24 bilhões.

Segundo o deputado Gilson Daniel, há a expectativa de que o procedimento de devolução da ferrovia Leopoldina seja feito antes mesmo da finalização do processo de renovação antecipada da concessão da FCA, visto que, de acordo com o deputado, a VLI, que administra a via, já entregou o trecho ao governo federal por não ser economicamente viável. Procurada, a VLI informou que o pedido de devolução desse trecho já foi protocolado perante a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT).

"O que estamos trabalhando é que o aceite o governo federal seja feito logo para que os municípios possam assumir os trechos que estão nos seus territórios. Tenho conversado com o ministro Renan Filho (Transportes) e acredito que no primeiro semestre de 2025 a gente consiga receber de forma antecipada o trecho para dar continuidade ao projeto", relata Daniel.

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