A pesca é uma atividade comercial que movimenta cerca de 1 bilhão de reais por ano no Espírito Santo, segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca. Contudo, para que isso aconteça a profissão dos carpinteiros navais é essencial, visto que são eles que constroem os barcos de pesca. Em Itapemirim, no Sul do Estado, esse é um trabalho passado entre gerações.
O trabalho é praticamente artesanal. Junto com o neto Hyago Santos, de 19 anos, o carpinteiro naval Lucimar Bernardo dos Santos, constrói barcos de forma minuciosa, com muito cuidado e atenção nos detalhes.
Em um estaleiro no distrito de Itaipava, os dois estão erguendo uma estrutura de mais de 20 metros. ”Até o dia dele descer (o barco), ele é fiscalizado e aprovado pela Marinha, pelo engenheiro naval e a gente tem experiência. Depois se consegue navegar tranquilamente”, explicou Lucimar.
Segundo a apuração da TV Gazeta Sul, embarcações menores ficam prontas em menos de um ano, já as maiores podem precisar de até dois anos para serem finalizadas. “Você não tem como trabalhar nele direto, sempre tem que dar manutenção nos outros, aí leva dois, três, quatro anos”, apontou Lucimar.
Entretanto, atualmente, esse trabalho tão importante para os mais de 2 mil pescadores de Itapemirim, segundo a prefeitura, que tiram o sustento do mar, tem se tornado cada vez mais raro. Dessa forma, Lucimar vem passando há pelo menos sete anos tudo o que sabe para o neto.
Inclusive, em 2014, a TV Gazeta mostrou que, aos 11 anos de idade, Hyago já sabia que seguiria a profissão do avô. “Desde criança eu sempre fui muito invocado nos barcos, na carpintaria, às vezes eu vinha para cá, ficava olhando para o trabalho do meu avô e depois comecei a trabalhar de ajudante com ele”, contou o jovem.
A pesca, de acordo com Prefeitura de Itapemirim, atinge socioeconomicamente todo o distrito de Itaipava. O maior do município, já que se trata de uma atividade nativa passada por gerações nas famílias, assim como a carpintaria naval, responsável pela produção de centenas de embarcações, sendo cerca de 340 embarcações de grande porte e 160 de porte pequeno e médio.
E somente em Itapemirim, a atividade pesqueira, tirando os royaties de petróleo, é a que mais gera renda dentro do município.
Além disso, a Secretaria de Estado da Agricultura (Seag) informou que, conforme constam os dados do registro do mapa específica, há 13.757 pescadores estiveram, em 2020, com registro ativo no Estado.
Pescador há 45 anos, Genildo Carvalho disse que essa atividade trouxe para ele muitos benefícios. “A gente não tem nada, mas o que tem vem da pesca”, comentou. Logo, o pescador acredita que é uma profissão que deve ser valorizada. “Tudo que eu conquistei vem da pesca”, destacou.
Com informações da TV Gazeta Sul.
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