Como já era esperado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu mais uma vez a taxa básica de juros da economia. Com o corte de 5,5% para 5% ao ano, anunciado nesta quarta-feira (30), a Selic, que já vem em um ciclo de cortes neste ano após período de 16 meses de estabilidade (mas já com a taxa baixa, em 6%), mantém-se como a menor da história.
Mas sendo práticos e trocando em miúdos: o que isso impacta na sua vida? Já adiantamos, muita coisa. Mas, antes disso, assista ao vídeo rápido acima e entenda em 1 minuto o que é a Selic.
Da compra da casa própria ou de um veículo até a rentabilidade de aplicações financeiras, passando pelo estímulo aos investimentos e na criação de empregos. Confira no ponto a ponto os principais impactos da nova queda da Selic para as pessoas e para a economia brasileira:
Entre as principais mudanças, a nova Selic vai pressionar a redução, por bancos, das taxas de juros nas prestações para compra da casa própria. O financiamento imobiliário normalmente é uma das linhas de crédito que mais rapidamente é impactada por cortes da Selic.
Os primeiros cortes, aliás, já foram anunciados ainda nesta quarta. Caixa e Banco do Brasil já disseram que vão reduzir suas taxas de juros imobiliários com a revisão da Selic. Outros bancos devem fazer o mesmo movimento nos próximos dias.
Com os juros da casa própria mais baratos, as prestações acabam ficando mais em conta e, com isso, mais famílias conseguem comprar um imóvel.
O efeito gera um ciclo positivo para ao setor de construção, um dos que mais emprega no país: mais gente comprando imóveis faz as construtoras investirem mais em novas unidades e, com isso, criarem mais empregos.
O corte da Selic também deve refletir no curto na revisão das taxas de empréstimos para pessoas físicas, financiamento de veículos, e linhas de crédito para o agronegócio.
No médio prazo, a expectativa é que as revisões cheguem ainda a produtos como o cheque especial e o cartão de crédito.
A redução deve chegar ainda nos juros para pessoas jurídicas. As empresas, assim, conseguirão empréstimos de forma mais barata, estimulando novos projetos e investimentos.
Deve ficar mais fácil para as empresas obterem crédito bancário e também financiamento via mercado de capitais - através da emissão de títulos como debêntures ou de ações negociadas em Bolsa.
A queda de juros também tem força para aumentar a atração de investidores para financiar as empresas.
Um impacto direto da queda da Selic será para quem tem investimentos e aplicações no mercado financeiro. Acontece que muitos ativos populares, principalmente os de renda fixa (que possuem baixo risco), com ganhos atrelados à Selic, vão sofrer ainda mais com a redução na rentabilidade.
Para não perder dinheiro insistindo nessas aplicações, que terão o retorno cada vez mais achatado, a sugestão dos especialistas é que os investidores saiam da zona de conforto e encarem ativos de maior risco, como ações em Bolsa, por exemplo.
Ou seja, fica sendo um mal negócio alguns títulos de renda fixa de curto prazo, como títulos do Tesouro - que na maioria dos casos passam a ter rentabilidade inferior até mesmo que a poupança.
Alguns ativos passam a ser os mais recomendados. Na renda fixa, debêntures e títulos públicos atrelados à inflação podem ser uma boa saída. Já na renda variável, onde há maior risco, os investimentos mais indicados são fundos imobiliários, de ações e multimercados. Isso além do investimento queridinho de 2019, as ações em Bolsa, que tem batido sucessivos recordes neste ano.
A redução da Selic é positiva como um todo. Como o estímulo ao consumo - na compra de imóveis e de veículos, por exemplo - através de taxas de juros menores, as empresas terão que aumentar a produção e contratar mais.
Esse ciclo virtuoso pode ajudar na recuperação da economia brasileira, que depois da recessão de 2016 e 2017 ainda segue lenta, quase parando. Qualquer incentivo, numa hora dessas, é muito bem vindo.
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