O governador Renato Casagrande afirmou temer que o Espírito Santo entre em colapso fiscal, caso a crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus se agrave e perdure por muito tempo. Segundo ele, os gastos extras que a doença tem ensejado têm se somado à queda de receita proveniente do petróleo e da arrecadação dos impostos. O socorro federal, que está em votação no Congresso, poderia minimizar impactos e permitir a manutenção dos compromissos financeiros do Estado, afirma.
As medidas de combate à Covid-19 já custaram aos cofres do Estado quase R$ 100 milhões em algumas semanas. Além disso, o fechamento do comércio e o isolamento social devem se traduzir em uma baixa na arrecadação. Casagrande afirmou, em coletiva na noite desta sexta-feira (17), que saberá nos próximos dias a dimensão desse impacto.
"O impacto da crise sobre nós é muito forte. Eu já disse que terei esse esse balanço depois do dia 20. Teremos uma ideia do mês de abril, da redução de receita para nós. O impacto é grande pela Covid e pelo petróleo", ressaltou.
Entre as medidas, o governador citou a renegociação de contratos e cortes de despesas correntes. Na última semana, ele chegou a afirmar que não descarta reduzir o salário dos servidores, mas o secretário de Planejamento, Álvaro Duboc, ressaltou que essa seria "uma das últimas opções".
"Vamos renegociar contratos, tomar diversas medidas a partir desse momento para reduzir despesas, sim. É uma decisão importante que estamos tomando para que a gente não entre em colapso com as nossas contas. Não sabemos quanto tempo teremos esse efeito da crise, é uma angústia para nós", salientou o governador.
Casagrande também reforçou a importância do auxílio federal para os Estados e municípios, que ainda está em discussão no Congresso, na manutenção dos pagamentos que o Estado precisa cumprir. O texto-base do projeto já foi aprovado na Câmara dos Deputados, mas ainda precisa passar pelo Senado em um momento de forte crise entre o Legislativo e o presidente Jair Bolsonaro.
"Estamos trabalhando para que Congresso vote medidas de ajuda aos Estados e municípios. Se acabar o dinheiro que temos de poupança, vamos acabar tendo que atrasar os nossos compromissos", disse.
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