Com o sucesso do leilão da Parceria Público-Privada (PPP) que vai ampliar e operar o sistema de esgoto de Cariacica, concluído nesta terça-feira (20), o governo do Estado acredita que se aproxima cada vez mais da despoluição da baía de Vitória. Segundo o governador Renato Casagrande, nos próximos 10 anos, um dos principais cartões-postais da Região Metropolitana estará limpo novamente.
"Até 2030, temos a garantia de universalização do saneamento (na Grande Vitória) e, por consequência, a despoluição da baía de Vitória até 2030", disse, após encerramento do pregão na B3, a Bolsa de Valores brasileira, em São Paulo.
O novo contrato de PPP será firmado com a Aegea, que já atua em Vila Velha e na Serra. Atualmente, Cariacica tem apenas 47% de cobertura de esgoto e a empresa terá até 2030 para fazer esse número chegar a pelo menos 90%.
Na Serra, onde a PPP está desde 2012, a cobertura está em 89%. A universalização está prevista para 2023. Já em Vila Velha, que tem o serviço prestado pela Aegea desde 2016, 61,9% do município tem a cobertura, com previsão de chegar a 90% em 2026. Na capital, o serviço de esgoto é feito pela Cesan e está em 91%. Ele já é considerado universalizado.
"Em termos de meio ambiente, saúde e qualidade de vida, é um salto extraordinário para nós. A baía de Vitória é a mais linda do país. Despoluída, ela vai ser mais um atrativo para esporte aquático e outras atividades ligadas ao turismo", afirmou o governador.
Atualmente, todo esgoto não coletado ou não tratado proveniente dos municípios da Grande Vitória (e outras cidades) vai para córregos, rios ou para a rede pluvial. De toda forma, ele desemboca sem tratamento na baía de Vitória.
É bom lembrar que a universalização do sistema de esgoto significa disponibilidade de rede para todos os imóveis. Contudo, para que todo o esgoto seja tratado, é preciso que as pessoas façam a ligação à rede de forma adequada. Essa cobrança é de responsabilidade dos municípios.
Ainda durante a apresentação na B3, Casagrande afirmou que a Cesan se prepara para conceder a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Camburi, que fica na área da Infraero. A intenção, segundo o governador, é que seja implementado no local um sistema de reúso da água. A principal interessada seria a ArcelorMittal Tubarão, que está instalada ao lado da ETE e poderia utilizar a água reaproveitada na atividade industrial.
"Há diversas empresas interessadas, inclusive a Arcelor que usa hoje água bruta comprada da Cesan. Essa medida vai gerar receita para a companhia e ambientalmente será uma experiência extraordinária para o país", avalia.
A intenção é que a empresa consiga transformar o esgoto que chega ao local - e cujo mau cheiro incomoda os moradores da região - em cerca de 400 litros de água limpa por segundo.
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