Uma confusão sobre quais lojas poderiam abrir e quais deveriam continuar fechadas marcou o primeiro dia da reabertura do comércio na Grande Vitória. Isso porque uma falha de comunicação confundiu os comerciantes.
Ainda na sexta-feira, 8, o governador Renato Casagrande informou que a abertura começaria na segunda-feira, 11, com lojas voltadas para os produtos pessoais como roupas, calçados e perfumaria. Porém, no sábado, 9, o decreto enviado pelo governo estadual dizia que a abertura seria com as lojas de produtos não pessoais como eletroeletrônicos, informática e lojas de automóveis.
Já nesta segunda, pela manhã, o secretário de Estado de Governo, Tyago Hoffmann, em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, voltou a dizer que a abertura se daria pelas lojas voltadas para os produtos pessoais.
Assim, por volta às 10h, quando as lojas puderam ser abertas, foram vistos funcionando estabelecimentos que não deveriam abrir e fechadas alguns locais que tinham direito de atender.
Foi criado, mesmo um certo tumulto, mas acho muito oportuna essa reabertura. A partir de amanhã tudo estará normalizado e os atendimentos vão acontecer quase que normalmente, minimizou o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio), José Lino Sepulcri.
Durante a manhã, representantes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil, em parceria com as prefeituras da Grande Vitória, fiscalizaram as lojas que estavam abertas. As que estavam funcionando no dia errado receberam a orientação para atender o último cliente e fechar as portas.
"A nossa intenção é conscientizar e convencer as pessoas. Não estamos nas ruas para multar. Não seria de bom senso pegar uma loja aberta e mandar os clientes que estavam na fila irem embora e fazer o comerciante fechar a porta. Então orientamos que fizesse o atendimento de todos que já estavam na fila, fechasse e voltasse a abrir no dia seguinte normalmente", disse o tenente-coronel Scharlyston Martins de Paiva, do Corpo de Bombeiros. "A ideia não é punir, mas colaborar", acrescentou o tenente-coronel.
Neste primeiro dia de ação integrada, foram abordados cerca de 100 estabelecimentos em Vitória e Vila Velha. Segundo o Corpo de Bombeiros, muitos locais estavam cumprindo corretamente as normas. A principal irregularidade encontrada teve a ver, de fato, com lojas abertas no dia errado.
As pessoas estão usando máscara, não vimos problemas em relação à quantidade máxima de pessoas na loja. A maior irregularidade foi quanto à interpretação da norma do Estado, disse o coronel. Ainda assim, tanto no Centro de Vitória quanto em Campo Grande, Cariacica, lojas de calçados e vestuário permaneceram abertas ao longo do dia.
Em Jardim Camburi, na capital, as equipes também encontraram bares que estavam abertos. Os donos foram instruídos a fechar as portas.
Em nota enviada à TV Gazeta, a Secretaria de Estado de Governo informou que houve uma confusão com as datas de reabertura do comércio.
Uma pesquisa feita pela Cielo apresentou que os Estados que mais foram afetados pelo coronavírus são também os que mais tiveram perdas no comércio varejista e nos serviços. A lista de queda no faturamento é liderada por Amazonas, São Paulo e Ceará, com redução nas vendas de 49%, 48% e 47%, respectivamente.
Segundo o levantamento feito pela Cielo, o faturamento nominal no Espírito Santo caiu 33% sendo a 16ª maior queda. Entre as capitais, Vitória apresentou a 13ª maior retração, com 44% de redução. Os maiores impactos foram observados em São Paulo, Goiânia e Fortaleza.
De acordo com a Portaria nº 080-R, publicada em edição extra do Diário Oficial de sábado (9), as primeiras lojas a serem reabertas são as de produtos de consumo não pessoal que só podem funcionar nos dias ímpares do calendário.
Tais lojas são as de eletrodomésticos e eletrônicos, materiais de construção, lojas de venda de peças automotivas, lojas de venda de veículos automotores, móveis, colchões, cama, mesa e banho, artigos de festas e decoração, artigos de informática, entre outras.
Já as lojas de produtos de consumo pessoal, como vestuário, calçados, cosméticos, perfumarias e similares somente podem funcionar nos dias pares do calendário. Ainda segundo o decreto, caso uma loja associe comercialização de produtos de consumo pessoal e não pessoal, ela deverá adotar um critério de predominância para o estabelecimento dos dias de funcionamento, se em dias ímpares ou pares.
As lojas só podem funcionar das 10h às 16h fora desse horário o funcionamento será apenas por delivery ou drive thru e é obrigatório o uso de máscaras em todos os lugares o não cumprimendo pode render multa de até R$ 5,2 mil.
Também é preciso limitar a entrada de clientes a proporção de um cliente por cada 10m² de área de loja. Em caso de filas para a entrada nas lojas ou nos caixas o comerciante deverá utilizar faixas ou marcações para limitar a distância mínima de 1,5m entre clientes.
Restaurantes podem efetuar o atendimento presencial de segunda à sexta-feira das 10h às 16h, não podendo funcionar aos fins de semana.
Continuam permitidas a abertura de farmácias, comércio atacadista, distribuidoras de gás e água, supermercados, hortifrútis, padarias, lojas de cuidados de animais, e oficinas de automóveis e bicicletas
Shoppings continuarão fechados por atraírem um fluxo intenso de pessoas. As vendas no modelo drive thru estão mantidas.
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