Se de um lado a indústria e o setor de serviços seguem sem conseguir se recuperar da crise provocada pelo novo coronavírus, do outro o setor do comércio se mantém em crescimento e parece ter superado de vez os prejuízos da pandemia. No Espírito Santo, as vendas do setor fecharam novembro com o sétimo mês seguido de alta.
Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira (15) pelo IBGE. As vendas do comércio varejista em novembro, na comparação com outubro, tiveram um crescimento sutil de 0,1% no Estado, o que aponta para uma estabilidade e perda de ritmo, mas ainda mantém a série de variações positivas registradas desde maio, após o tombo nas vendas em março e abril.
Apesar da perda de força, a menor alta do ano registrada no Estado ainda ficou acima da média nacional, que foi de -0,1% no mês. Já na comparação com novembro de 2019, o avanço do comércio varejista ficou em 6% no mês.
Com a série de resultados positivos, o comércio varejista capixaba acumula, ao longo de 2020, um crescimento nas vendas de 3,9% até novembro, segundo o IBGE. Ou seja, em volume de vendas o setor já conseguiu superar o desempenho ruim do início da pandemia.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, quase todos os segmentos apresentaram crescimento.
O bom resultado geral é puxado, principalmente, pelas vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que expandiram 32,4%, sob influência da Black Friday e do maior número de profissionais trabalhando em home office durante a pandemia.
O segundo maior crescimento vem das vendas de tecidos, vestuário e calçados, que cresceram 22,5%. Na sequência, as vendas de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que aumentaram em 14,2%.
As vendas de eletrodomésticos subiram 13,1%. Também tiveram variação positiva as vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (11,6%), bem como combustíveis e lubrificantes (7,3%).
A procura por livros, jornais, revistas e papelaria aumentou em 6,1%. Já a procura por móveis apresentou queda de 19,6%. As vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que recuaram 1,3%, após uma sequência de resultados positivos.
Enquanto o indicador do varejo aponta para estabilidade, no índice que avalia as vendas do comércio varejista ampliado o Espírito Santo apresentou crescimento maior em novembro, de 2% em relação ao mês anterior. É a maior variação mensal desde agosto (6,1%), e um avanço positivo em relação a outubro, quando as vendas haviam recuado 2,4%.
O comércio varejista ampliado agrega, aos índices do varejo, as atividades de vendas de veículos, motocicletas, partes e peças e de materiais de construção, que incluem o ramo atacadista.
A variação positiva no segmento é sustentada justamente pela venda de materiais de construção, que seguiram em alta em novembro e cresceram 90,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já as vendas de veículos, motocicletas, partes e peças avançaram 1,2% na mesma base de comparação.
Na comparação com novembro de 2019, as vendas do varejo ampliado aumentaram em 8,5%. No ano, o avanço do segmento no Estado foi de 3,3%.
Em novembro de 2020, o volume de vendas do comércio varejista nacional recuou 0,1% frente a outubro. Apesar da estabilidade, a queda sutil interrompe o ciclo de crescimento observado nos seis meses anteriores. Na comparação com novembro de 2019, o aumento foi de 3,4%. No acumulado no ano, o varejo nacional cresceu 1,2%.
No varejo ampliado, as vendas aumentaram em 0,6% em relação a outubro; é a sétima variação positiva consecutiva. Em relação ao mesmo período de 2019, a alta foi de 4,1%. Entretanto, o resultado do segmento no acumulado do ano no país ainda é negativo, com retração de 1,9%.
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