As vendas no varejo no Espírito Santo tiveram recuo de 0,3% em agosto, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada nesta quarta-feira (6), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado interrompe quatro meses de alta seguidas.
Apesar da baixa em relação a julho, o oitavo mês do ano apresentou alta de 5,3% em comparação com o mesmo período de 2020, quando a crise causada pela pandemia ainda estava no auge. No ano, de acordo com a pesquisa, o volume de operações teve alta de 9,8%. E em 12 meses, o avanço foi de 10,2%.
O levantamento ainda aponta que houve uma queda de 3,3% nas vendas de produtos em supermercados em comparação com o mesmo mês de 2020, um reflexo da inflação, que tem levado muitas famílias a enxugarem o orçamento, e também da redução do valor pago de auxílio emergencial.
O ramo de material de construção que vinha aquecido em 2020 teve forte queda nas vendas no período estudado em comparação com o ano passado (-19,1%).
Apesar desse segmento ter visto retração, outros cresceram, como o de vendas de equipamentos de informática, materiais de escritório e itens de comunicação, 48% em comparação com agosto deste ano e o mesmo mês do ano passado. Também tiveram crescimentos as atividades de vestuário (23,1%), eletrodomésticos (21,8%), veículos e peças (24,5%).
O volume de vendas do comércio varejista no país recuou 3,1% em agosto, na comparação com o mês anterior (2,7%). Mais da metade das atividades caíram no período. No ano, o varejo acumula alta de 5,1% e nos últimos doze meses, crescimento de 5,0%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (6) pelo IBGE.
Seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxas negativas em agosto, com destaque para outros artigos de uso pessoal e doméstico (-16,0%), que teve a principal influência negativa sobre o indicador do comércio varejista. Essa atividade é composta, por exemplo, pelas grandes lojas de departamento.
“Foi um setor que sofreu bastante no início da pandemia, mas se reinventou com a reformulação das suas estratégias de vendas pela internet. Isso culminou com crescimentos expressivos, principalmente em julho (19,1%) com o lançamento das plataformas de marketplace. Com muitos descontos, o consumidor antecipou o consumo em julho, fazendo com que o mês de agosto registrasse uma queda grande de 16,0%. Esse recuo, contudo, não é suficiente para retirar os ganhos dos quatro meses anteriores”, explica o gerente da PMC, Cristiano Santos.
Também recuaram no período os setores de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,7%), combustíveis e lubrificantes (-2,4%), móveis e eletrodomésticos (-1,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (-1,0%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,9%).
“Hiper e supermercados, assim como combustíveis e lubrificantes, vêm sendo impactados pela escalada da inflação nos últimos meses, o que diminui o ímpeto de consumo das famílias e empresas. A receita nominal de hiper e supermercados ficou perto de zero (0,3%) e a de combustíveis recuou 0,7%. Houve efetivamente um gasto menor das famílias na passagem de julho para agosto”, acrescenta Cristiano Santos.
As duas atividades que tiveram variação positiva no volume de vendas em agosto foram tecidos, vestuário e calçados (1,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,2%).
No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, veículos e materiais de construção, o volume de vendas caiu 2,5% em agosto na comparação com julho. A atividade de veículos, motos, partes e peças teve variação positiva de 0,7%, enquanto material de construção variou negativamente (-1,3%).
Com informações da Agência IBGE.
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