O governador Renato Casagrande informou, em coletiva de imprensa na tarde deste sábado (2), que o comércio nos municípios com risco alto de contaminação continuará fechado até o próximo domingo (10) como medida de prevenção contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Apesar de as portas permanecerem fechadas, será permitida a comercialização de itens considerados não essenciais nessas cidades: Alfredo Chaves, Cariacica, Fundão, Serra, Viana, Vila Velha e Vitória.
Desta forma, os consumidores poderão ser atendidos um por vez, com horário marcado e com a porta fechada, independentemente do tamanho do local. A utilização de máscara é obrigatória para o lojista e o cliente. Outras opções são a entrega de produtos (delivery), que já estava funcionando, além da comercialização por meio do sistema de drive-thru. Veja no final do texto a lista de atividades que podem ou não funcionar no Espírito Santo
No caso dos shoppings, somente funcionará com essas duas últimas opções. Pessoas que fazem parte do grupo de risco, como grávidas e idosos, não podem voltar a trabalhar.
Casagrande afirmou que a decisão foi tomada por conta do número de leitos ocupados. Até a tarde deste sábado (2), dos 266 leitos de UTI disponibilizados para tratar a doença, 183 (68,8%) já estavam ocupados. Ele ressalta que o passo em direção à abertura econômica só vai acontecer se aumentar o isolamento social e quando a porcentagem de leitos ocupados chegar a 50% do limite.
Precisamos ainda ampliar o isolamento social, aumentar os leitos de UTI e diminuir o percentual de leitos ocupados. Vamos avançar na segunda-feira (4) com 353 leitos de UTI, mas é preciso avançar no isolamento, disse.
Ele acrescentou que, para a abertura do comércio, outros serviços e indústrias podem ser paralisados por cerca de 15 dias. Se a gente puder dividir esse sacrifício para que todos possam sair vivos dessa pandemia de médio a longo prazo, é melhor, pontuou.
Casagrande pontuou que a decisão de manter o comércio fechado não foi somente do governo do Estado. Ocorreu o diálogo com diversos setores do Espírito Santo, como os cinco prefeitos da região metropolitana, todos os chefes de poderes e das instituições autônomas e independentes em termo orçamentário do Estado e a bancada federal.
O presidente da Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri, disse que havia grande expectativa do setor de que a flexibilização da abertura do comércio a partir de segunda-feira (4) fosse anunciada neste sábado. A maior preocupação é por conta do Dia das Mães, considerada a segunda melhor data para vendas do comércio.
"Recebemos a notícia respeitosamente. Porém, você há de convir que o comércio estava numa expectativa de abrir, nem que fosse em turnos, em horários intercalados. Infelizmente, o levantamento da Secretaria da Saúde é altamente comprometedor e mostra que isso poderá ocasionar uma multiplicação enorme de óbitos", ressaltou Sepulcri.
"Estamos esperançosos porque, se os números forem mais promissores, quem sabe na quarta ou, ao menos, na quinta-feira ele nos libere para abrir em horários alternados nesses dias que antecedem a data comemorativa do Dia das Mães. Entendemos que o governador não é um dificultador, ele está convivendo com uma situação de difícil solução", complementou.
O presidente da Fecomércio diz ainda que a expectativa era de que a reabertura resultaria no retorno das vendas em um percentual de 50%, em comparação com o período pré-pandemia, na próxima semana. Já com o sistema proposto pelo governo, de delivery, drive thru, venda com hora marcada e retirada em loja, as vendas devem chegar em torno de 30% do normal.
Os shoppings da Grande Vitória já estão se preparando para atender os clientes em drive thru, como aconteceu no feriado da Páscoa. Para o coordenador regional da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Raphael Brotto, a a decisão do governador frustrou os comerciantes do segmento. Para ele, como os shoppings possuem ambiente mais fácil de ser controlado, é possível reabrir com segurança para lojistas e clientes.
"Neste momento, 66 shoppings estão abertos em todo o Brasil. Todos haviam fechado, mas alguns já estão retornando com medidas restritivas. Nós não queremos lotar os shoppings, nem criar tumulto. Durante a semana, trabalhamos com uma série de medidas para adequar o funcionamento, caso fosse ser liberado a abertura das lojas. Temos estrutura para fazer o controle do número de pessoas dentro do empreendimento. Quem determina a abertura é o governo, mas ficamos frustrados com a prorrogação", afirma.
Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Vitória (CDL Vitória), Estanislau Amorim também lamentou a decisão do governador. Para ele, o que mais atrapalha os empresários é a expectativa que se cria para a reabertura, sem efetivar a reabertura do comércio.
"Eu me pergunto por que não anunciou isso na quinta-feira? Por que esperar até o final de semana. Temos muitos funcionários de férias e, durante essa semana, nos preparamos para abrir na segunda (4), fizeram treinamentos, prepararam as lojas, mas não se seguiu como esperamos. É uma pena, pois nosso setor, o comércio de rua, está sendo um dos mais massacrados com a pandemia. Com o Dia das Mães, as pessoas vão comprar pela internet, produtos muitas vezes de outros Estados. Pelo o que acompanhamos, mais de 10% das lojas vão ter que encerrar as atividades", desabafa.
* No caso de supermercados, há limitação na entrada de clientes, visando evitar aglomerações.
Neste sábado (2), o governador Renato Casagrande autorizou que as lojas, apesar de terem que manter as portas fechadas, possam atender consumidores um por vez, com horário marcado e com a porta fechada, independentemente do tamanho do local. A utilização de máscara é obrigatória para o lojista e o cliente. Outras opções são a entrega de produtos (delivery), que já estava funcionando, além da comercialização por meio do sistema de drive-thru.
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