Quem recebe o décimo terceiro salário começa a fazer planos antes mesmo que ele caia na conta. Contudo, especialistas alertam que é preciso ser racional com os gastos, colocar tudo na ponta do lápis e analisar o que é prioridade, pensando não só neste ano, mas se programando para o próximo.
A melhor maneira de investir o salário extra depende da condição financeira prévia de cada um. Para o especialista em economia doméstica e familiar, Mário Vasconcelos, quem tem dívidas deve reunir todos os esforços para quitá-las. "Mesmo que a pessoa tenha R$ 5 mil em dívidas e receba R$ 2 mil de décimo terceiro, já vale a pena usar o dinheiro para esse fim", diz.
Se não for possível pagar todos os débitos, a orientação é priorizar aquelas do cartão de crédito e cheque especial, já que os juros costumam ser mais altos. "O carão de crédito tem juros de quase 300% ao ano, assim como o cheque especial. Também é interessante observar aquelas dívidas que podem afetar seriamente o dia-a-dia, como contas de água, ou que podem fazer a pessoa perder um bem, como financiamento de veículo", aconselha Ricardo Paixão, presidente do Conselho Regional de Economia. Para identificar as dívidas prioritárias, é recomendado conhecer o próprio grau de endividamento.
Quem está com a vida financeira organizada, vai avançar no planejamento. Uma parte do recurso pode, por exemplo, compor uma "reserva de emergência", para ser utilizada caso haja algum imprevisto. Outra parte pode ser investida em algo que traga benefício para a família. "Nós queremos uma televisão? Precisamos fazer alguma reforma? É importante que seja uma decisão conjunta", diz Paixão.
Os especialistas ainda recomendam olhar para o futuro e prever os gastos extras que chegarão com 2020. "Para quem tem filho pequeno, é bom lembrar que as rematrículas já começam no fim deste ano. Já para quem faz uma faculdade particular, essa despesa chega normalmente em janeiro", lembra o Vasconcelos.
Ele ressalta ainda outros gastos que são tradicionais dos primeiros meses do ano como material escolar e uniforme, seguro do carro, IPTU, etc. "Em janeiro tem ainda as férias escolares e muitos pais tiram uns dias para aproveitar com os filhos. Nesse período sempre aumentam as despesas", avalia.
Em meio a tantos compromissos financeiros, é possível usar pelo menos parte do dinheiro para comprar os presentes de Natal? "Dá sim, mas é preciso ser comedido. Não é uma boa ideia comprar um celular de última geração se a pessoa está endividada. É melhor comprar uma lembrancinha, para que data não passe despercebida, principalmente para crianças", diz o economista.
Paixão recomenda que, caso o presente seja mais caro, que a família se una para dividir o valor e, assim, preservar a saúde financeira de todos.
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