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Como economizar com a ceia de Natal? Veja dicas

Como economizar com a ceia de Natal? Veja dicas

Com inflação na casa dos dois dígitos, especialistas em gastronomia e finanças deram dicas para preparar uma ceia de Natal saborosa, mas que seja econômica e pese menos no bolso

Publicado em 18 de dezembro de 2021 às 16:35- Atualizado há 3 anos

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A poucos dias do Natal, quem vai aos supermercados já deve ter percebido a exposição de produtos característicos da época,  mas com a inflação anual na casa dos dois dígitos, produtos tipicamente natalinos também ficaram mais caros. Quem quer economizar com a ceia natalina já pode — e deve — iniciar os preparativos.

Segundo levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os principais itens da cesta natalina ficaram até 35% mais caros que no Natal passado. O panetone de frutas cristalizadas, por exemplo, passou por aumento de 25,96% até outubro, mês de apuração do estudo. Já as aves comumente consumidas no período, como peru e chester, tiveram alta de 7,27%.

O preço dos acompanhamentos também ficou mais salgado. O quilo da farofa, por exemplo, subiu 13,45%. O mesmo vale para complementos como azeitona verde (21,91%), palmito tipo pupunha (7,58%) e azeite extra virgem (4,79%).

Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que também avalia as variações da cesta natalina no país, mostraram que, entre dezembro de 2020 e novembro deste ano, alimentos comumente consumidos na comemoração ficaram até 27,34% mais caros – quase três vezes a inflação média acumulada no período, que está na casa dos 10%.

Entre os itens com sobrepreço estão o frango inteiro (27,34%), as carnes bovinas, com aumento médio de 18,68%, e os cortes suínos, como o lombo (6,48%) e o pernil (3,44%). Os pães, inclusive aquele usado para fazer a tradicional rabanada, encareceram 11,12%, sob impacto da baixa oferta de trigo, e do preço do insumo, que é dolarizado.

O economista e pesquisador do FGV Ibre, Matheus Peçanha, observa que o levantamento é feito em um período de vários meses, e leva muito em conta, por exemplo, o período de crise climática mais aguda, e as oscilações do câmbio.

“A crise climática dificultou a produção dos grãos, milhos, soja, acabou impactando também o preço das proteínas, pois serve de base para ração. O câmbio teve impacto no vinho, azeite, bacalhau. E, no caso das proteínas, tem um impacto indireto, porque como somos grandes exportadores, com o câmbio aumentando, mais de nossa produção acaba sendo destinada ao mercado externo. Além disso, tivemos um aumento no valor de itens  importantes, como diesel e energia elétrica, e isso acaba encarecendo tudo.”

ESPECIALISTAS DÃO DICAS

Diante desse cenário, o economista e especialistas em gastronomia deram dicas para preparar uma ceia de Natal saborosa, mas que seja econômica e pese menos no bolso.

Peçanha pondera que, caso a nova variante do coronavírus não se alastre até lá, esse será o primeiro Natal “de volta à normalidade” desde o início da pandemia e, por isso, é esperado um aumento da demanda por alguns produtos, o que pode torná-los um pouco mais caros.

Por outro lado, observa que embora alimentos como a carne bovina tenham encarecido expressivamente nos últimos meses, recentemente, tem havido uma pequena redução de custos. É esperado um consumo maior em um momento em que aves tipicamente natalinas estão com preço mais salgado.

A coordenadora do curso de Gastronomia da UVV, Marcela Bourguignon, destaca, porém, que antes de ir às compras, é preciso se planejar. Para economizar, é importante que seja feita uma lista enxuta de convidados e a definição dos alimentos que serão servidos na data, assim é possível estipular a quantidade e tipos de ingredientes necessários.

Marcela Bourguignon: substituições podem tornar ceia de Natal mais barata
Marcela Bourguignon: substituições podem tornar ceia de Natal mais barata. (UVV/Divulgação)

Ela reforça ainda que essa organização deve ser feita o quanto antes, e que não se deve deixar para ir às compras na semana do Natal. Além disso, é importante que o consumidor se atenha à lista e evite gastos por impulso.

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Alimentos mais tradicionais do Natal tendem a sair mais caros, então a sugestão é optar por substituições de menor custo. Use bastante carne suína e frango, deixe de lado o chester e peru. Opte por receitas que rendam, com as carnes lasqueadas em saladas, ou outros pratos

Marcela Bourguignon
Coordenadora do curso de Gastronomia da UVV
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Caso sejam uma opção, frutas secas e castanhas podem ser compradas em estabelecimentos que vendem a granel, onde esses produtos geralmente são encontrados por preços mais baixos que nos supermercados.

SUGESTÃO DE CEIA PARA QUATRO PESSOAS

A ceia de Natal é algo individual, que varia de acordo com os gostos e possibilidades de cada família. Para um grupo de quatro pessoas, a coordenadora do curso de Gastronomia da UVV, Marcela Bourguignon, sugere a seguinte alternativa:

A chef Cleuza Costa, do Quintal 84, em Vila Velha, destaca que a regra da vez é ser criativo. “As frutas secas, por exemplo, vieram muito caras. Podemos substituir por frutas frescas, como maçã, manga, entre outras. As guarnições, você consegue fazer farofa, um arroz diferente, usando produtos com um preço melhor. E como temos o Natal no ápice do verão, podemos investir bastante em saladas.”

Além disso, é indicado apostar em ingredientes produzidos internamente, e que propiciam preparar receitas mais baratas e igualmente saborosas. Fuja de produtos como cerejas e outras frutas vermelhas, que não são tradicionais do país.

Chef Cleuza Costa
A chef Cleuza Costa, do Quintal 84, em Vila Velha, destaca que a regra da vez é ser criativo. (Mônica Zorzanelli)
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A ideia é usar tudo que nosso país nos oferece: abacaxi, melancia, maçã. A gente tem que buscar essa tropicalidade toda para colocar na ceia. Para ter uma ceia farta nesse período de inflação alta, o brasileiro vai ter que olhar para o quintal e ver o que consegue tirar dali

Cleuza Costa
Chef do Quintal 84
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No caso das bebidas, as alternativas variam de acordo com o gosto de quem vai participar. Vale apostar em sucos de frutas da estação, por exemplo, mas, se a opção é por bebidas alcóolicas, o ideal é procurar por preços mais em conta. Nada de vinho importado, por exemplo, se as condições não permitem.

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