Um operação deflagrada nesta quinta-feira (7), no Espírito Santo, pelas polícias Federal e Rodoviária Federal, teve como alvo um grupo suspeito de fraudar valores do Benefício de Prestação Continuada (BPC), além do Auxílio Emergencial e do Bolsa Família. O jornalista Mário Bonella, da TV Gazeta, apurou junto às corporações como o esquema funcionava.
A Polícia Federal acredita que o grupo agia no Espírito Santo e em Minas Gerais. Conforme a apuração da reportagem, os integrantes montaram um esquema de falsificação de documentos para fraudar o INSS. Segundo as investigações, era como se os criminosos inventassem cidadãos, que só existiam realmente no papel.
O grupo recrutava idosos que aceitavam participar do esquema. Os recrutados tinham carteiras de identidade com as mesmas fotos deles, porém, com nomes diferentes dos documentos verdadeiros. Segundo a Polícia Federal, 38 indivíduos usaram 114 documentos falsos.
A delegada da PF Andreia Canal explicou que os membros do grupo faziam requerimentos nas agências do INSS espalhadas pelo Espírito Santo.
“Com esses documentos, eles foram às agências do INSS e fizeram requerimentos de benefícios assistenciais e recebiam. Nós identificamos que a maioria das pessoas são idosos de mais de 60 anos que estavam em um determinado local em uma época e estão hoje [quinta] aqui [João Neiva]”, detalhou.
O esquema gerou um prejuízo de R$ 5 milhões em dois anos e poderia ser ainda maior. Durante a investigação, quando a Polícia Federal suspeitava da fraude, o INSS cortava o benefício. Com isso, foi possível evitar que os criminosos recebessem mais R$ 14 milhões.
Segundo a apuração da TV Gazeta, o homem preso nesta quinta-feira (7) e apontado como o líder de um grupo de ciganos e da organização criminosa é Fernando Ferreira dos Santos. A Polícia Federal afirmou à reportagem que ele pagava R$ 2,5 mil por certidões de nascimentos falsas, o primeiro passo para falsificar outros documentos.
A Polícia Federal informou ainda que o caso segue em investigação, para saber onde e como eram conseguidas essas certidões.
A Operação Loki (referência a um deus da mitologia nórdica conhecido pela trapaça e travessura) foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (7). A ação se deu a partir de uma investigação conjunta da Polícia Federal e da Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista e com o apoio da Polícia Rodoviária Federal.
O objetivo é cumprir um mandado de prisão preventiva contra homem apontado como líder do esquema em João Neiva e mandados de busca e apreensão, sendo um na Serra e 21 no município do Norte capixaba, além do sequestro de bens dos alvos.
Em razão da peculiaridade das buscas e da necessidade de garantir a segurança e a integridade dos envolvidos, a ação contou com a participação de 95 policiais federais e rodoviários federais, além quatro servidores da Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista do Ministério do Trabalho e Previdência.
As primeiras ações relativas à Operação Loki ocorreram ainda no ano de 2020, após a prisão em flagrante de três pessoas que tentaram sacar benefício do INSS de forma fraudulenta. A partir de então, iniciou-se uma investigação que culminou com a descoberta de uma estrutura criminosa dedicada a essa categoria de fraude.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta