Sigla mais citada nas discussões do Pedra Azul Summit, ESG (da tradução do inglês: meio ambiente, social e governança) foi o tema do último painel do evento, que foi realizado pela Rede Gazeta nos dias 18 e 19 de novembro. Os especialistas deram exemplos práticos sobre como as boas práticas de gestão estão sendo adotadas por grandes empresas e também por pequenos negócios.
Durante o painel “O futuro que buscamos: os desafios do ESG nos negócios” no Pedra Azul Summit, o professor da Fundação Dom Cabral Pedro Lins e o diretor-geral de Finanças da Globo, Manuel Belmar, desmistificaram também outros pontos ligados ao ESG, como a tendência de restringir o tema somente à pauta ambiental. O painel foi mediado pelo colunista de A Gazeta Abdo Filho.
O professor explicou, inicialmente, que ESG deve ser entendido como um processo de tomada de decisão que envolve quatro pilares: prosperidade econômica, equidade social, sustentabilidade ambiental, além de vitalidade cultural e governança.
Ele acrescentou que, apesar de a sigla ter sido adotada há 18 anos, os princípios em torno dela fazem parte de discussões sobre negócios desde antes da Revolução Industrial, apenas foram mudando de nomenclatura ao longo da história. Segundo Lins, o termo foi criado em 2004 pelo Banco Mundial, Organização das Nações Unidas (ONU) e instituições financeiras para buscar a melhor forma de integrar os fatores ESG (temas ambientais, sociais e de governança) ao mercado de capitais.
Paralelamente a isso, veio uma tendência trazida pelas gerações mais jovens, os chamados Millennials e geração Z, compostas por pessoas que não querem mais trabalhar, investir e comprar de empresas que colocam o lucro acima dos valores.
Para exemplificar, ele citou que, numa grande indústria, enquanto a sustentabilidade ambiental gira em torno da redução da quantidade de energia gasta para produzir e dos gases emitidos, a área social envolve a ampliação do número de mulheres e negros em cargos de liderança. A governança, por sua vez, está relacionada a práticas de gestão que não toleram corrupção ou assédio, entre outras coisas.
Por isso, como acrescentou Belmar, para se tornar uma empresa sustentável é preciso primeiro “entender aquilo que a gente pode contribuir mais”.
É com esse princípio norteador que o diretor-geral de Finanças da Globo iniciou um processo interno no ano passado, no qual foram ouvidos os consumidores, funcionários e investidores, iniciando pelos anunciantes.
Segundo Belmar, há uma forte pressão do mercado financeiro sobre o que está sendo feito em relação ao tema ESG pela empresa. Ele esclarece que a Globo já tem uma agenda ambiental antiga e que é carbono neutro desde 2018, mas pondera que a empresa tem um papel pequeno na geração de carbono e gases de efeito estufa. Então, a agenda precisa ser definida de acordo com a vivência de cada empresa.
No caso da Globo, o foco tem sido na área social, com uma preocupação na participação de mulheres, negros, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência em cargos na empresa.
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