O Banco Central liberou consulta a R$ 8 bilhões esquecidos em bancos, por meio do Sistema de Valores a Receber (SVR). A plataforma permite devolver a cidadãos e empresas dinheiro esquecido em bancos. A novidade conquistou popularidade suficiente para derrubar o site do Banco Central em janeiro — e já está sendo usada como estratégia de criminosos para aplicar golpes.
Os golpistas se aproveitam para agir como um “canal alternativo” para a recuperação de valores, enganando a população. Por ligações ou mensagens pelo WhatsApp, criminosos se passam por uma fonte oficial, alertando que o cidadão tem um suposto valor no banco a ser retirado e pedindo informações como CPF e dados bancários.
O burburinho dos últimos dias cria a atmosfera ideal para enganar os usuários, que se lembram de ter ouvido algo familiar e são levados pela confusão. A advogada criminalista Ana Maria Bernardes explica que o melhor jeito de evitar o golpe é nunca passar nenhuma informação pessoal por telefone ou mensagem.
Links que chegam por meio de mensagens de texto ou e-mails de desconhecidos não devem ser acessados. O consumidor pode conferir a URL do site oficial dos órgãos do governo, por exemplo. O único site para consulta e solicitação desses valores é o Valores a Receber.
Antes de tomar qualquer decisão, é importante checar a informação com a instituição financeira. “Ficou na dúvida se realmente é o seu banco? Então, entre no aplicativo ou procure contatos oficiais no site. Mas nunca passe qualquer informação sem antes ter certeza”, orienta a advogada.
O QUE DIZ O BANCO CENTRAL
O Banco Central alerta o cidadão para riscos de golpes utilizando o Sistema Valores a Receber (SVR):
Outro alerta importante: apenas depois de acessar o sistema, e somente no caso de pedir o resgate sem indicar uma chave Pix, a instituição financeira escolhida entrará em contato com o cliente para realizar a transferência. Mesmo nesse caso específico, essa instituição não pode pedir informação sobre seus dados pessoais nem sua senha.
O Banco Central informou que não entra em contato direto com os cidadãos, ou seja, não faz ligações de telefone nem envia mensagens de WhatsApp. O único jeito de recuperar o dinheiro é pelo cadastro no sistema oficial.
Segundo o órgão, os recursos serão transferidos diretamente das instituições financeiras aos cidadãos, que não devem fazer qualquer depósito prévio, nem informar senhas.
Caso o golpe já tenha sido consumado, é importante entrar em contato com o banco ou a instituição financeira que tenha relação com os dados vazados.
“O primeiro passo é alertar o banco, antes de qualquer outra coisa, mudar senhas e bloquear cartões. Para evitar que essas informações possam ser usadas de alguma forma”, orienta Ana Maria Bernardes.
Por fim, o boletim de ocorrência na polícia deve ser feito assim que possível. Por se tratar de um crime digital, a denúncia pode ser feita online no site da Polícia Civil. Com o registro, a ocorrência será encaminhada para a delegacia especializada.
“Esse é um crime de estelionato. Caso a pessoa tenha perdido algum valor, ou mesmo que tenha sido somente uma tentativa, é preciso denunciar”, afirma a advogada.
* Com informações da Agência Folha Press.
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