O rompimento de duas torres-d'água nesta quarta-feira (30) no Residencial São Roque, condomínio do programa Minha Casa Minha Vida no bairro Padre Gabriel, em Cariacica, revela uma situação recorrente em imóveis no Estado que, devido a problemas na estrutura, tornam-se mais suscetíveis a acidentes. Somente na Região Metropolitana da Grande Vitória, há vários outros casos registrados.
Um dos episódios mais marcantes aconteceu na madrugada de 19 de julho de 2016, quando a área de lazer do Grand Parc Residencial, na Enseada do Suá, em Vitória, desabou. Trabalhando no momento do acidente, o porteiro Dejair das Neves, de 47 anos, foi atingido pela estrutura e morreu. Outras quatro pessoas ficaram feridas.
Desde então, já houve desabamento de pelo menos outros dois prédios, que se encontravam desabitados, e problemas estruturais foram identificados em estacionamentos e garagens de condomínios residenciais.
Um dos casos mais graves aconteceu em julho de 2016, quando a área de lazer do condomínio Grand Parc Residencial, na Enseada do Suá, em Vitória, desabou e matou o porteiro Dejair das Neves, 47, que trabalhava no local. Outras quatro pessoas ficaram feridas, incluindo o síndico, José Fernando Leite Marques. Os 166 apartamentos das três torres foram interditados após o acidente e só voltaram a ser liberados em agosto do ano passado, depois que o empreendimento foi reformado. Quatro engenheiros se tornaram réus em processo na Justiça.
No ano passado, um morador do Edifício Alhambra, em Jardim Camburi, Vitória, teve o carro "engolido" por um buraco que se abriu no estacionamento do condomínio. Apesar do susto, não houve feridos.
Um prédio sem moradores desabou na praia de Itapoã, em Vila Velha, em maio do ano passado. Segundo testemunhas, o imóvel já estava interditado e apresentava várias rachaduras. Equipes do Corpo de Bombeiros fizeram buscas durante 12 horas, mas não localizaram vítimas.
Em janeiro deste ano, outro desabamento. Desta vez, um imóvel de dois pavimentos no Centro de Vitória, que estava desocupado havia 10 anos, e tinha sido colocado à venda. Apesar da proximidade, não houve danos a estrutura de outros prédios. Uma câmera de vídeo registrou o desmoronamento.
Em janeiro de 2018, parte da laje de um prédio de um condomínio de luxo na Praia de Itaparica, em Vila Velha, desabou. Moradores do Royal Towers contaram, na ocasião, que o imóvel passava por reforma e, em uma das intervenções, a estrutura não aguentou e caiu. Carros foram danificados, mas ninguém se feriu.
Em fevereiro deste ano, após a laje de um prédio em Campo Grande, Cariacica, ceder, o imóvel passou a ser sustentado por cordas porque a obra de demolição havia sido embargada pela prefeitura. Moradores da região temiam a queda de toda a estrutura e outros imóveis já tinham sido interditados.
O edifício-garagem do condomínio Mochuara, em Dom Bosco, Cariacica, foi interditado pela Defesa Civil em julho de 2016, após um laudo apontar falhas na execução da obra e risco de desabamento do prédio.
Em fevereiro de 2018, a Defesa Civil da Serra interditou parte da garagem de um condomínio do município, apontando risco de desabamento. Era uma área com 15 vagas de estacionamento, que contornava o espaço de lazer que dá acesso ao Edifício Cedro, do condomínio Villagio Limoeiro. No local, entretanto, a medida foi preventiva e não houve registro de acidentes.
No caso do Residencial São Roque, em Cariacica, o empreendimento tinha sido inaugurado há apenas duas semanas. Segundo uma testemunha que estava na hora do desabamento, um homem fazia a manutenção em uma das caixas, quando a estrutura caiu e atingiu o quinto andar de um dos prédios. A segunda caixa, do outro lado do residencial, também desabou 20 minutos depois, batendo na parede de um dos blocos.
Mas problemas dessa natureza não se limitam a imóveis residenciais. Há dois meses, a marquise de uma loja caiu sobre um camelô na Praça Oito, em Vitória, e o deixou com ferimentos na cabeça. O estabelecimento estava sendo inaugurado no dia do acidente.
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