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Conheça Zé do Burro, mestre na arte de reformar barcos na Praia do Suá

Conheça Zé do Burro, mestre na arte de reformar barcos na Praia do Suá

Antôno de Pádua trabalha há quase 50 anos com o conserto de barcos, na região da Colônia de Pescadores, em Vitória;  veja  vídeo

Publicado em 3 de agosto de 2024 às 08:32

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Há quase 50 anos, o carpinteiro naval Antônio de Pádua, de 63 anos, conhecido como Zé do Burro, faz manutenção dos barcos usados pelos pescadores da Praia do Suá, em Vitória. O ofício foi aprendido muito jovem, ainda na adolescência, e ele não faz ideia de quantas embarcações consertou até hoje.

O apelido é originário do pai, que se chamava Mil Burgos, mas que, apesar de ter nascido em Anchieta, no Sul do Espírito Santo, tinha nome de origem turca. Em meio a brincadeiras e trocadilhos, os amigos do seu Antônio decidiram que ficaria Zé do Burro.

“Você pode rodar o litoral do Brasil todo que todo mundo me conhece assim”, comenta ele, mostrando que sua habilidade em dar formas a embarcações ultrapassa as divisas capixabas e é reconhecida pelo país afora.

O trabalho artesanal no Estaleiro Nossa Senhora da Penha, na Praia do Suá, em Vitória
Antônio de Pádua Conceição, 63, trabalha há 50 anos na carpintaria do estaleiro. (Fernando Madeira)

O carpinteiro naval atua como autônomo em um estaleiro que funciona próximo à Capitania dos Portos, em Vitória, na região conhecida também pela Colônia de Pescadores. É lá que os profissionais atracam quando os barcos precisam de cuidados, onde descarregam os peixes e onde os consumidores vão para comprar produtos frescos.

Durante sua carreira, Zé do Burro também chegou a construir algumas embarcações, mas, segundo ele, não chegam a meia dúzia.

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E, apesar dos muitos anos lidando com barcos, a pescaria em si faz parte da vida do carpinteiro apenas como hobby. “Pelo menos uma vez por mês, eu costumo sair para pescar. Isso funciona como uma higiene mental para mim. É bom demais”, comenta.

O sonho de seu Antônio era fazer a faculdade de Direito, desejo do qual abriu mão para dar a oportunidade às duas filhas. Aliás, tudo que o autônomo conquistou, ele atribui ao trabalho do estaleiro.  

“Eu me formei como técnico em administração e sempre incentivei minhas filhas a estudarem. Para ajudar uma delas, fiz a prova do Enem. Eu me classifiquei, e ela não”, relata ele. que também já trabalhou em outros ramos, como no segmento de alfaiataria.

Com tantos anos de trabalho, ele reclama da falta de interesse dos jovens em aprender o ofício. "Hoje, somos quatro profissionais trabalhando aqui e não tem nenhum garoto. Mas, para trabalhar nessa área, é preciso gostar, porque é muito cansativo", comenta.

O trabalho artesanal no Estaleiro Nossa Senhora da Penha, na Praia do Suá, em Vitória(Fernando Madeira)

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