Muitos consumidores pagam altas tarifas bancárias sem saber que é possível economizar com esses gastos. Mensalidade da conta-corrente, anuidade do cartão, além de gastos com serviços extras, como transferências, acabam ajudando o dinheiro a "evaporar" sem que o usuário perceba o desperdício. Mas há formas de economizar ou mesmo zerar as despesas com os produtos financeiros.
De acordo com um levantamento do Guia de Bolso, em média, o consumidor brasileiro paga R$ 915,31 por ano com serviços bancários, valor esse que poderia ser até integralmente poupado. Em média, o brasileiro gasta R$ 339,34 com anualidade do cartão de crédito. Já com a conta-corrente bancária, o gasto médio é de R$ 375,97 por ano.
Com a chegada dos bancos digitais no mercado financeiro, cada vez mais as tradicionais instituições financeiras estão sendo pressionadas a oferecer tarifas mais em conta para não perder clientes. Além disso, os consumidores já contam com uma cesta básica de produtos que é ofertada de graça.
Os itens contidos nela são determinados pelo Banco Central (veja na tabela abaixo). Por mês, cada usuário dos bancos tradicionais pode realizar quatro saques, duas transferências entre contas da própria instituição, imprimir dois extratos do mês, ter dez folhas de cheque e consultar o saldo, compensação de cheques e serviços por meio eletrônicos ilimitados.
Porém, algumas vezes, o consumidor precisa contratar serviços extras, já que a cesta básica não é suficiente para atender suas necessidades. Para as transações que excederem o número de gratuidades, o usuário tem de pagar as tarifas individuais (confira as taxas por banco no final da matéria).
Segundo a pesquisa do Guia de Bolso - que considerou os dados de ganhos e gastos de 151 mil pessoas em todo o país-, a contratação de TED e/ou DOC (R$ 159), saques (R$ 35) e extratos (R$ 6) somam R$ 200 ao valor final de gastos com o sistema financeiro. As três despesas extras juntas representam 21,85% de todos os gastos.
Uma solução para economizar é procurar na própria agência opções de planos mais baratos. Se não conseguir negociar, vale a pena fazer a portabilidade bancária, migrando para uma instituição que ofereça mais vantagem.
Levantamento feito por A Gazeta, com base nas taxas das quatro cestas básicas que os bancos precisam ofertar aos clientes, disponibilizados pelo Banco Central, mostrou que a diferença de valores cobrados chega a 70%.
O valor mensal cobrado pelo uso da cesta de serviços I, por exemplo, que é a mais básica, varia de R$ 4 a R$ 13,25, a depender da instituição. Por ano, a troca de instituição traria uma economia de R$ 110 ao bolso. Já no caso da mensalidade da cesta de serviços IV, mais completa, os valores vão de R$ 25,85 a R$ 44. Anualmente, a diferença entre chega a R$ 217,80.
Algumas empresas do sistema financeiro já não cobram tarifas bancárias dos seus usuários. Entre as entidades que ofertam esse tipo de serviço estão fintechs, como a Next, do Bradesco. O banco Inter e C6 Banc também não têm cobrança por TED/DOC e saque.
Outros bancos digitais taxam apenas alguns de seus serviços, como o Nubank, que cobra pelo saque. Ainda existem aquelas que tem cartão de crédito sem anualidade, porém para ter benefícios como acúmulo de milhas é preciso pagar uma taxa.
Nas últimas semanas alguns bancos, por exemplo, começaram a enviar mensagens aos clientes para alertá-lo sobre a possibilidade de mudar o pacote para outro mais barato que contempla o perfil de usuário.
Ainda segundo o economista Mário Vasconcelos, outra opção para quem quer permanecer nos bancos tradicionais é negociar por melhores taxas. Uma boa conversa pode acabar, por exemplo, fazendo com que você deixe de pagar a anualidade do cartão de crédito. "Se você achar que a taxa está muito alta pode e deve conversar com o banco ou operadora do cartão. O consumidor precisa optar por aquilo que dá mais vantagens para ele", comenta.
A maioria dos bancos digitais não cobra taxas pela realização de transferências por DOC ou por TED. Além disso, alguns também oferecem saques sem cobrança.
Para quem precisa ter cartão de crédito, uma boa dica para economizar é buscar por um que não cobre anuidade. Mas fique atento! Algumas empresas oferecem cartões sem tarifas, mas desde que haja um gasto mínimo. O ideal é um cartão sem nenhuma cobrança.
Os bancos precisam oferecer, de acordo com o Banco Central, alguns serviços essenciais para os consumidores. Porém, essa lista não inclui transferências entre outros bancos. Quem tem conta em um banco tradicional e quiser fazer um TED ou DOC precisa pagar separadamente pelo serviço, ou adquirir um plano complementar. Para quem realiza muitas transferências, o ideal é ter uma cesta de serviços bancários, já que pagando isoladamente pode sair bem mais caro.
Se você já tem uma cesta de serviços bancários é importante ficar atento se ela atende as suas necessidades. Caso você não use todo o pacote contratado, o mais recomendado é que mude para uma menor, assim você vai reduzir o valor gasto com o banco.
Caso você tenha um cartão de crédito que cobre anuidade, mas queira continuar com ele, vale muito a pena negociar com a operadora. Além disso, alguns desses cartões, principalmente os de lojas, vem com diversos seguros inclusos - como por roubo, assistência média, odontológica, etc - que você pode cancelar.
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