O consumo de combustíveis no Espírito Santo tem caído drasticamente desde o início do isolamento social causado pelo novo coronavírus e pode ter impacto de quase meio bilhão de reais na receita do governo capixaba. A queda nas vendas da gasolina chegou a 25,5% em abril na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a retração no comércio de etanol foi ainda maior 65,3%, segundo dados da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).
O consumo do etanol tem apresentado quedas maiores porque financeiramente não tem valido a pena abastecer os veículos com álcool. O preço da gasolina tem apresentado retração nas últimas semanas, chegando a ser vendida abaixo dos R$ 4 o que faz com que seja mais vantajoso abastecer com o derivado do petróleo.
Com o coronavírus temos a nítida verificação de que as pessoas se movimentam menos. Como resultado temos a redução do consumo de combustíveis, que influencia duas vezes na arrecadação do Estado: uma pelo próprio freio nas vendas e outra pela diminuição do preço, explica o secretário da Fazenda, Rogelio Pegoretti.
A perda de arrecadação estimada pelo governo estadual ao longo do ano varia de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões somente com combustíveis. Somados todos os outros impostos e royalties, a queda de arrecadação chega a R$ 3,4 bilhões;
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Espírito Santo (Sindipostos-ES), os estabelecimentos de venda de combustíveis estão sentindo o peso da turbulência provocada pelo coronavírus.
Temos conhecimento de postos com queda de mais de 50% no volume de vendas. Com essas perdas, eles estão precisando reduzir custos, uma vez que a demanda geral pelos produtos caiu e não há ação comercial que fará com que o posto retome os volumes de venda necessários para a sua saúde financeira, informou o Sindipostos.
De acordo com o sindicato, ainda não há um levantamento no número de contratos de trabalho que foram encerrados, mas diversos revendedores informaram que já precisaram demitir.
Temos informações de que alguns empresários fizeram adequações na sua operação, com suspensão de contratos e redução do horário de trabalho dos funcionários para se adequarem à nova realidade de custos. A ANP readequou a determinação de horário mínimo de funcionamento dos postos para 7h às 19h, de segunda a sábado. Mesmo assim, alguns postos optaram por manter turnos similares ao que praticavam antes da pandemia, com horário estendido e abrindo aos domingos, completou o Sindipostos.
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