Pressionada por despesas básicas, a inflação na Grande Vitória, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), avançou 0,59% em junho em relação ao mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Embora tenha desacelerado em relação a maio, quando houve alta de 0,74%, é o pior resultado para um mês de junho desde 2018 (1,29%). Essa alta está associada ao aumento dos gastos com itens que pesam no orçamento das famílias, como alimentação (0,36%), saúde (0,28%) e energia elétrica (1,26%), que puxaram o impacto inflacionário, devido ao peso dos itens na cesta de produtos consumidos pelas famílias.
No ano, o IPCA acumula alta de 4,31% nas cinco cidades (Vitória, Serra, Cariacica, Vila Velha e Viana), já ultrapassando a meta central de inflação do Banco Central para o ano, que é de 3,75%. O teto da meta é estimado em 5,25%. No acumulado em 12 meses, o avanço do indicador é de 8,88%.
No mês passado, foram os gastos com artigos de residência que mais pesaram no bolso do consumidor (1,5%). A principal influência desse resultado foi o aumento dos preços dos serviços de conserto e manutenção (3,12%), e dos eletrodomésticos, que registraram encarecimento médio de 2,23%.
Na sequências, as maiores variações foram dos gastos com transportes (1,14%), influenciados pelo aumento de preços das passagens de ônibus interestaduais (4,2%) e transporte por aplicativo (3,7%). Os combustíveis, por sua vez, tiveram alta de 1,85%.
Os gastos com habitação aumentaram 0,8%, puxados por pequenas reformas, gás de botijão (2,22%) e energia elétrica (1,26%).
As despesas com vestuário apresentaram variação de 0,48% no mês passado. Já as despesas com alimentação e bebida, que puxaram a inflação ao longo de 2020 e nos primeiros meses deste ano, avançaram 0,36%, sob influência de itens como leite e derivados (3,38%) e carnes (2,99%).
Produtos e serviços ligados à saúde e cuidados pessoais ficaram, em média, 0,28% mais caros no mês passado. Já as despesas pessoais tiveram acréscimo de 0,23%. Os gastos com educação ficaram praticamente estáveis (0,07%). A única área em que houve alívio nos preços foi a comunicação, com decréscimo de 0,15% no mês, comparado a maio.
A inflação no Brasil avançou para 0,53% em junho, também registrando o maior resultado para o mês desde junho de 2018 (1,26%). Com isso, o indicador acumula alta de 3,77% no ano e 8,35% nos últimos 12 meses. A variação acumulada em 12 meses é a maior desde setembro de 2016 (8,48%).
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em junho. O maior impacto (0,17 p.p.) foi do grupo habitação (1,10%), principalmente, por causa da energia elétrica (1,95%). Embora tenha desacelerado em relação ao mês anterior (5,37%), a conta de luz teve o maior impacto individual no índice do mês (0,09 p.p.).
“A energia continuou subindo muito por conta da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que passou a vigorar em junho e acrescenta R$ 6,243 à conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em maio, estava em vigor a bandeira vermelha patamar 1, cujo acréscimo é menor (R$ 4,169). Os preços, porém, desaceleraram em junho devido aos diversos reajustes captados em maio nas áreas pesquisadas. Em junho, tivemos apenas o reajuste médio de 8,97%, em Curitiba, no fim do mês”, explicou o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida.
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