O Conselho de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom) confirmou um novo corte na Selic nesta quarta-feira (17). Conforme já previam analistas, a taxa básica de juros da economia caiu de 3% ao ano para 2,25%, novamente a menor da história. Este é o oitavo corte consecutivo da taxa no atual ciclo, após período de 16 meses de estabilidade.
O corte desta quarta da Selic era esperado pela maioria dos economistas do mercado financeiro. Isso porque, com a pandemia do novo coronavírus, a atividade econômica despencou no Brasil, assim como a inflação. A avaliação era de que o Banco Central seria levado a reduzir novamente a Selic para estimular a economia.
"Em relação à atividade econômica, a divulgação do PIB do primeiro trimestre confirmou a sua maior queda desde 2015, refletindo os efeitos iniciais da pandemia. Indicadores recentes sugerem que a contração da atividade econômica no segundo trimestre será ainda maior. Prospectivamente, a incerteza permanece acima da usual sobre o ritmo de recuperação da economia ao longo do segundo semestre deste ano", observou o Copom em nota.
Em função do corte, o Brasil também passou a registrar juro real (descontada a inflação) negativo. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que, com a Selic a 2,25%, o juro real brasileiro passou a ser de -0,78% ao ano. O país possui agora o 14º juro real mais baixo do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes.
A Selic é a taxa de juros básica do Brasil, ou seja, é a usada para o pagamento da dívida pública pelo governo. Ela também influencia as demais taxas de juros dos bancos e altera a rentabilidade de algumas aplicações financeiras como a poupança e outros investimentos mais conservadores.
A taxa é usada pelo Banco Central como ferramenta para controlar a inflação, já que a alta ou a queda dos juros influencia o consumo das famílias e a tomada de crédito no país. Em linhas gerais, quando a inflação está alta, os juros servem para reduzir o consumo e forçar uma queda nos preços. Quando a inflação está muito baixa, o Banco Central reduz a Selic para estimular o consumo.
É justamente esse segundo cenário que está acontecendo atualmente e que levou a esse corte robusto. Com a economia desacelerando rapidamente por conta da pandemia, levando ao aumento desemprego e a redução da renda, o consumo tem caído drasticamente e isso está puxando a inflação brasileira para baixo, ou seja, os preços têm caído.
Na decisão, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. A estimativa para o IPCA em 2020 de 2,4% para 2,00%. No caso de 2021, a expectativa passou de 3,4% para 3,2%. O centro da meta de inflação perseguida pelo BC em 2020 é de 4,00%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%).
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