A crise pode ser uma boa oportunidade para abrir o seu próprio negócio, porém, é preciso ficar atento a alguns pontos. Apesar de muitas ideias surgirem em momentos de tensão, esse também é um período de incerteza no mercado. Então, como investir em um negócio ou como se proteger de problemas?
Nesta quinta-feira (12), a B3 chegou a ficar abaixo da marca de 70 mil pontos ao longo do dia. Na última semana, a Bolsa enfrenta um momento de crise provocada pelo avanço do coronavírus (Covid-19) e pela "guerra do petróleo" entre a Arábia Saudita e a Rússia. As negociações de ações de empresas dão um panorama do tamanho do caos que o mercado precisa enfrentar.
Além disso, nesta semana o Banco Central anunciou a redução na perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A revisão não foi exclusividade do país. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) diminuiu mais uma vez sua projeção para o crescimento global.
Negócios podem ser abertos em momentos de crise, mas para isso é importante pensar em dois fatores: ele vai ser direta ou indiretamente afetado pela crise; e se o planejamento foi bem feito.
Segundo Flávio Figueiredo, que é assessor de investimentos Valor Investimentos, agora é boa uma hora de observar os futuros concorrentes e começar um negócio mais enxuto, ou seja, com menos custo. "A pessoa pode ter em mente um serviço ou produto que não seja sazonal e que a crise não atrapalhe as vendas. Fazer um planejamento estratégico e financeiro. Além disso, evitar pegar dividas altas é fundamental e lembrar que abrir empresas exige um certo gasto", conclui.
Já para o professor de economia e finanças da Multivix, Jonair Pereira da Costa, é melhor esperar um pouco mais antes de abrir o negócio. "Deixe a sua ideia em standby e espere para ver o que vai acontecer com o cenário econômico. Os grandes investidores também não estão fazendo investimento, porque estamos em um cenário de incerteza e alto desemprego", explica.
A instabilidade na economia internacional e na política nacional atual, somadas ao desemprego, reduziram o poder de compra das famílias. Com isso, um dos fatores que você deve se preocupar é o preço do produto ou serviço oferecido.
Flávio Figueiredo aponta que o cenário atual não é um ruim para abrir um negócio, mas quem quer empreender precisa se atentar em fazer uma revisão de custos, ver forma de agregar valor ao seu produto/serviço e como o consumidor vai receber o que você está oferecendo.
Jonair Pereira da Costa lembra que além de readequar os preços a nova realidade do cliente, sedendo um pouco da margem de lucro, também é importante fazer propaganda, motivar os funcionários e, principalmente, cortar custos. "Essa é uma forma de se manter no mercado e ter rentabilidade", afirma.
Já Hugo Froes, economista e consultor de empresas, lembra que em meio a epidemia do coronavírus é importante ter em mente se a sua matéria-prima vem de outro país ou se é influenciada pelo preço do dólar que tem disparado nas últimas semanas, chegando próximo a R$ 5.
Se você planeja contrair um empréstimo para ampliar ou montar um negócio é melhor ir com calma. Tomar crédito não é algo barato. É preciso lembrar dos juros envolvidos no processo e, se optar por contrair uma dívida, de pesquisar qual a melhor linha para a sua situação.
Já Dora Ramos lembra que a insegurança econômica torna o dinheiro mais caro, dessa forma é melhor esperar. Mas, caso você conte com o dinheiro do empréstimo para abrir o negócio, adie.
Vai depender da sua demanda. Se você precisa de mais pessoas trabalhando contrate, mas lembre dos custos para contratação e desligamento de pessoal. Hoje existe a opção de contratos intermitentes, dessa forma você pode acionar um profissional para ajudar no seu negócio por um tempo determinado.
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