O avanço do novo coronavírus pelo Brasil e as prevenções para evitar o contágio da doença estão fazendo empresas tomarem medidas emergenciais para evitar aglomerações e deslocamentos. Após pedido do governo do Espírito Santo, companhias estão adotando práticas como redução do horário de funcionamento e liberação de alguns funcionários para trabalho em casa.
Também para prevenção, o governo do Estado discute com entidades empresariais a possibilidade de reorganização das escalas de trabalho com divisão por turnos, evitando assim uma concentração de pessoas em ônibus do sistema Transcol nos horários de pico do transporte público.
A questão é que se o vírus avançar, medidas mais enérgicas devem serem tomadas, como a concessão de férias coletivas para funcionários e até a abertura de Planos de Demissão Voluntária (PDVs), em que são oferecidos benefícios como pagamento de bônus para os trabalhadores pedirem o desligamento.
No Brasil, empresas como o Cinemark já estão adotando PDVs. Montadoras de veículos também estão estudando a criação de planos assim diante de possíveis paralisações na produção.
Já no Espírito Santo, apesar de ainda não ter sido adotada, essa é uma possibilidade para um futuro próximo se situação piorar, prevê Marcelo Bethônico, representante da Câmara Empresarial de Turismo da Federação do Comércio do Estado (Fecomércio-ES).
Já o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Léo de Castro, afirmou que o desligamento é uma alternativa apenas em casos extremos e que "todos os empresários estão trabalhando para não chegar nisso".
Neste momento inicial, a antecipação de férias ou concessão de férias coletivas têm sido as medidas mais adotadas. Nesta segunda-feira (16), o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio (Sindicomércios) propôs mudanças nas jornadas de trabalho do setor, entre elas, a concessão de férias coletivas de 15 dias para trabalhadores de shoppings. A medida será analisada pela Fecomércio.
O presidente da organização empresarial ES em Ação, Fábio Brasileiro, disse que essas adequações ainda estão sendo estruturadas.
"Várias empresas estão estruturando essas possibilidades para reduzir o contágio entre os empregados. Entre as propostas avaliadas e algumas até já foram tomadas pelas empresas estão a mudança de escala, para evitar aglomeração de pessoas, liberação de home office para alguns empregados e até férias coletivas", afirmou.
No Espírito Santo, grandes empresas como Vale, ArcelorMittal, Suzano, EDP e Fibrasa já passaram parte dos trabalhadores para home office (trabalho em casa).
A Vale já anunciou que pode suspender todas as suas operações no mundo caso o vírus avance. Isso pode comprometer os empregos de quase 20 mil pessoas em todo o Estado.
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