A informação sobre a contaminação de que trabalhadores a bordo de uma plataforma petrolífera haviam sido contaminados pelo novo coronavírus (Covid-19) chegou para a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nesta quarta-feira (08). Foi o momento em que eles foram avisados que os funcionários estavam sendo trazidos para um hotel em Vitória, onde permaneceriam isolados.
A plataforma de produção de petróleo e gás no Espírito Santo que teve casos de Covid-19 identificados foi a FPSO Capixaba, navio da empresa SBM afretado pela Petrobras e que opera nos campos de Cachalote e Jubarte, na região petrolífera conhecida como Parque das Baleias, no Litoral Sul do Estado, próximo a costa dos municípios de Marataízes e Presidente Kennedy.
A confirmação da unidade foi dada pela procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT) Flávia Veiga, da Coordenadoria Nacional do Trabalho Portuário e Aquaviário (Conatpa). A FPSO (sigla em inglês para unidade flutuante que produz, armazena e transferé óleo) é uma das três que opera para a Petrobras na porção capixaba da Bacia de Campos.
De acordo com o secretário estadual de saúde, Nésio Fernandes, foi a partir do comunicado que as vigilâncias sanitárias estadual e a de Vitória foram encaminhadas para o local. "Desconhecíamos o caso antes. Assim que formo informados fomos ao local fazer a checagem, a inspeção e dar as instruções necessárias", relatou.
Foi a própria empresa responsável pelos funcionários que os trouxe para o hotel em Vitória. "Chegaram todos de máscara, seguindo as regras já estabelecidas", relatou o secretário.
O comunicado da Petrobras para a Sesa informava que já havia sido realizados os testes e que elas eram positivos para Covid-19. Foi informado ainda que os funcionários estavam sendo trazidos para um hotel em Vitória, onde permaneceriam isolados. Uma ação aprovada pelo secretário. "Foi uma boa medida colocar os funcionários em isolamento. Uma decisão corporativa, acertada", ponderou.
Ele explicou ainda que todos os funcionários contam com plano de saúde oferecido pela empresa e que, em caso de uma necessidade de internação, ela poderá ocorrer em uma unidade hospitalar privada. Segundo Nésio, não há preocupação de risco para a população do entorno do hotel em decorrência da presença dos funcionários.
"Estão isolados e se assim ficarem não transmitirão para outras pessoas. É preciso contato direto com a saliva dos contaminados. Não há riscos para a sociedade", destacou.
Nésio explicou ainda que os funcionários vão permanecer isolados por 14 dias, em quarentena. "Neste período podem não apresentar os sintomas da doença, mas vão continuar isolados", explicou.
De acordo com Nésio, o número dos infectados pelo novo coronavírus na plataforma vão ser incluídos nas estatísticas do Espírito Santo. "Vão ser contabilizados onde estão vivenciando a doença, no caso, o Espírito Santo". A repercussão destes dados nas estatísticas capixabas ainda não ocorreu porque ainda está sendo checado o número exado de funcionários contaminados.
Por enquanto ainda há divergência entre os números entre os diversos órgãos públicos que acompanham o caso. Para a Sesa foi informado que 53 funcionários estariam na plataforma, sendo que 29 deles estariam hospedados em hotel em Vitória.
Já a Agência Nacional de Petróleo e o Ministério Público do Trabalho informam que são 34 casos confirmados em uma plataforma no Estado. Segundo nota da ANP, "53 é o número total de pessoas que estavam a bordo", dos quais 34 teriam tido a confirmação do Covid-19. Outras 15 testaram negativo e, para 4, a testagem foi inconclusiva.
A mesma nota informa ainda que 53 pessoas estavam a bordo da plataforma, cujo pessoal foi desembarcado e a produção interrompida, para descontaminação da unidade. "Mantém-se, a bordo, apenas o pessoal essencial para a manutenção segura da unidade na locação", diz o texto da nota.
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