Quase metade dos empresários da indústria capixaba (48%) já demitiram funcionários desde o início da crise econômica provocada pelos impactos do novo coronavírus na sociedade. Outros 11% afirmam que ainda não aplicaram essa medida, mas pretendem demitir. As informações fazem parte de uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) sobre o impacto da pandemia de Covid-19 no setor industrial do Estado. Um total de 87 empresas fizeram parte do levantamento que aconteceu no dia 13 de maio.
Entre as ações para reduzir os efeitos da pandemia em suas empresas, os empresários entrevistados afirmaram que já reduziram o quadro de prestadores de serviço (54%), a carga horária e salário dos colaboradores proporcionalmente (44%) e renegociaram contratos com fornecedores (41%).
"O distanciamento social, ainda que necessário para salvar vidas, preparar o sistema de saúde, está afetando muito as empresas ao ponto de 81% delas alegar queda no faturamento. Quanto mais demora a retomada da atividade mais a produção é afetada e mais afeta a manutenção do emprego e geração de renda para os trabalhadores", afirma o diretor-executivo do Ideies, Marcelo Saintive.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad-C), só no primeiro trimestre deste ano, 16 mil pessoas no Espírito Santo entraram para o grupo daqueles que tentam uma vaga no mercado. Os efeitos do coronavírus só começaram a ser sentidos no Brasil em meados de março. Por isso, é esperado que esse número seja ainda maior nos próximos meses.
Quanto ao crédito bancário, 23% das empresas pesquisadas que tentaram acessar linhas de crédito durante a pandemia conseguiram acesso ao recurso. Contudo, o dinheiro pode ser insuficiente. Mais de 65% delas acredita que vai precisar recorrer a novos empréstimos para conseguir sobreviver à pandemia. Outros 19% dos empresários afirmaram que tentaram obter crédito, mas não conseguiram.
"Essa é uma crise que tende a permanecer. Para o pequeno e médio empresário o retorno é mais demorado. Esses vão demorar mais de seis meses para recuperar o nível de produção anterior à crise", ressalta Saintive.
Ele salienta ainda que muitos negócios terão que se reinventar durante esse período. "Há uma mudança de habito. Há um movimento não só de recuperação, mas de reinvenção do seu negócio."
Os bancos estaduais Bandes e Banestes criaram linhas de crédito emergencial para empresas no fim de março para atender empresários afetados economicamente pelo Covid-19.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta