O aumento nos casos da Covid-19 provocado pela variante Ômicron e a epidemia do vírus Influenza H3N2 têm feito com que mais da metade dos profissionais se afastem de suas atividades laborais em todo o Brasil. Os sintomas respiratórios já representam 51% dos atestados médicos apresentados pelos trabalhadores em janeiro no país.
Os dados preliminares foram divulgados pela Closecare, uma startup que faz a gestão de atestados médicos para médias e grandes empresas em todo o país. A alta, até o momento, já é a maior apresentada desde o início da pandemia.
O cenário é igual em todo o Brasil, incluindo no Espírito Santo, onde algumas empresas inclusive têm tido dificuldades para manter as operações diante de tantos afastamentos de trabalhadores por Covid ou gripe.
Até agora, a maior alta de atestados por síndromes gripais havia sido registrada em dezembro, com 39,1%. Segundo o CEO da Closecare, André Camargo, em março de 2020, 18,6% dos atestados recebidos tinham a ver com Covid. No pico da doença, em março de 2021, esse número saltou para 36,6%.
A prévia dos dados do primeiro mês de 2022 já registra um crescimento de 32% em relação a dezembro de 2021.
Segundo Camargo, historicamente um a quatro funcionários (25%) entrega ao menos um atestado por mês. Entretanto, este número vem crescendo e a previsão é de que este número cresça consideravelmente atingindo máximas de até 50%, ou seja, um em cada dois trabalhadores entregando atestado no mês.
Os dados iniciais apontam que os empresários brasileiros vão receber 18 milhões de documentos este mês, ou seja, o dobro do que foi recebido em dezembro.
Já o gasto com este absenteísmo (quando o funcionário deixa de trabalhar) deve ficar perto de R$ 12 bilhões. Em março de 2020, o custo foi em torno de R$ 5,9 milhões. Um ano depois, em março de 2021, o gasto já somava R$ 6,8 bilhões.
No entanto, ele pondera: "Apesar do número de atestados ter crescido, o tempo médio de afastamento reduziu. Nos primeiros meses de pandemia eram 14 dias, em média, e hoje fica em torno de cinco dias, a depender da gravidade de cada caso”.
Camargo lembra que antes da pandemia, a média de duração dos atestados médicos era de 2,7 dias.
“O pico da Covid e de problemas respiratórios está alto neste período, mas a previsão é de que a situação vá se normalizando a partir de fevereiro. Acredito que a redução da gravidade da doença é resultado da forte vacinação que estamos tendo no país”, ressalta.
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