Diante do recrudescimento da pandemia do novo coronavírus, em março, as vendas do comércio do Espírito Santo apresentaram queda de 1,2% em relação a fevereiro, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira (07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o pior resultado para o período desde o ano de 2016 (-5,2%).
Naquele mês, o Estado entrou em quarentena a partir do dia 18, para tentar conter o avanço da doença, que ameaçava levar ao colapso o sistema de saúde capixaba, assim como ocorria em diversos outros locais do país.
A disseminação da doença em uma versão mais agressiva ▬ por conta da variante britânica, que se tornou o maior número de casos em território capixaba ▬ foi o motivo para aumentar a necessidade de medidas de isolamento social.
Em muitos momentos, a ocupação de leitos em território capixaba ultrapassou a margem dos 90%. Somente no dia 4 de abril, isto é, 18 dias depois, a quarentena foi suspensa e os estabelecimentos cujas atividades não eram prioritárias puderam voltaram a abrir as portas para atendimento presencial.
O resultado do comércio em março deste ano em relação a fevereiro superou o resultado negativo do mesmo período de 2020, quando estourou a pandemia da Covid-19. Enquanto março de 2020 as vendas caíram 1,1% em relação a fevereiro, neste ano, a queda foi de 1,2.%
Uma explicação para piora dos dados em março foi o bom resultado de fevereiro deste ano, quando o comércio cresceu 1,5% no Estado enquanto no país só havia avançado 0,6%.
A pesquisa do IBGE também mostra que as vendas do varejo capixaba em março deste ano avançaram 10% em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Os setores com maior alta nas vendas em março deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado é o de material de construção e artigos de uso pessoal e doméstico, impulsionados principalmente pelas novas necessidades de isolamento social. Em março deste ano, o volume de vendas das categorias saltou 47,6% e 46,4%, respectivamente, em relação ao mesmo mês do ano passado.
O segmento de construção, particularmente, tem se mantido na liderança desde o início da pandemia, tendo quase dobrado receitas e operações em alguns momentos.
As vendas de veículos e peças também apresentaram crescimento expressivo, com alta de de 45,5% no período. E o segmento de vestuário, que no ano passado foi bastante afetado, recuperou força e avançou 39,6% em comparação com o mesmo período de 2020.
Os combustíveis, que foram motivo de queixas constantes durante a crise sanitária, tendo puxado a inflação no Estado em diversos meses, tiveram aumento de 22,6% nas vendas. Também houve aumento de vendas nos segmentos de artigos farmacêuticos e médicos, móveis e eletrodomésticos, hipermercados e supermercados, bem como livros, jornais, revistas e papelaria.
O único setor cujas vendas apresentaram resultado negativo em relação a 2020 foi o de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-25,9%), que esteve em alta nos primeiros meses de pandemia, quando milhares de trabalhadores precisaram se adaptar às pressas a uma rotina de home office.
A queda no desempenho do varejo capixaba foi duas vezes maior que a média nacional. No país, as vendas do comércio diminuíram 0,6% em relação a fevereiro deste ano. Por outro lado, no varejo ampliado, que inclui a venda de materiais de construção e veículos, o resultado foi 0,8% no Espírito Santo, enquanto, no Brasil, foi registrada queda de 5,3%.
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