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Crise do coronavírus leva ES a ter pior março para vendas em 5 anos

Crise do coronavírus leva ES a ter pior março para vendas em 5 anos

Na segunda quinzena do mês pesquisado, Estado iniciou nova quarentena para conter avanço da Covid-19, que ameaçava levar sistema de saúde ao colapso; apenas atividades prioritárias foram autorizadas

Publicado em 7 de maio de 2021 às 10:36

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Movimento do comércio na avenida Central no bairro Laranjeiras, na Serra, no primeiro dia de quarentena no ES
Movimento do comércio na Avenida Central, no bairro Laranjeiras, na Serra, no primeiro dia de quarentena em março de 2021 no ES. (Ricardo Medeiros)

Diante do recrudescimento da pandemia do novo coronavírus, em março, as vendas do comércio do Espírito Santo apresentaram queda de 1,2% em relação a fevereiro, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira (07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o pior resultado para o período desde o ano de 2016 (-5,2%).

Naquele mês, o Estado entrou em quarentena a partir do dia 18, para tentar conter o avanço da doença, que ameaçava levar ao colapso o sistema de saúde capixaba, assim como ocorria em diversos outros locais do país. 

A disseminação da doença em uma versão mais agressiva ▬ por conta da variante britânica, que se tornou o maior número de casos em território capixaba foi o motivo para aumentar a necessidade de medidas de isolamento social.

Em muitos momentos, a ocupação de leitos em território capixaba ultrapassou a margem dos 90%. Somente no dia 4 de abril, isto é, 18 dias depois, a quarentena foi suspensa e os estabelecimentos cujas atividades não eram prioritárias puderam voltaram a abrir as portas para atendimento presencial.

O resultado do comércio em março deste ano em relação a fevereiro superou o resultado negativo do mesmo período de 2020, quando estourou a pandemia da Covid-19. Enquanto março de 2020 as vendas caíram 1,1% em relação a fevereiro, neste ano, a queda foi de 1,2.%

 Uma explicação para piora dos dados em março foi o bom resultado de fevereiro deste ano, quando o comércio cresceu 1,5% no Estado enquanto no país só havia avançado 0,6%.

A pesquisa do IBGE também mostra que as vendas do varejo capixaba em março deste ano avançaram 10% em comparação com o mesmo mês do ano passado.

VENDAS DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO SE MANTÊM EM ALTA

Loja de material de construção Vimercati, em Itapoã. O Governo do Estado permitiu a abertura de mais alguns segmentos de comércio. Dentro eles está o de material de construção
Setor de material de construção é o que está mais aquecido no Espírito Santo. (Carlos Alberto Silva)

Os setores com maior alta nas vendas em março deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado é o de material de construção e artigos de uso pessoal e doméstico, impulsionados principalmente pelas novas necessidades de isolamento social. Em março deste ano, o volume de vendas das categorias saltou 47,6% e 46,4%, respectivamente, em relação ao mesmo mês do ano passado.

O segmento de construção, particularmente, tem se mantido na liderança desde o início da pandemia, tendo quase dobrado receitas e operações em alguns momentos.

As vendas de veículos e peças também apresentaram crescimento expressivo, com alta de de 45,5% no período. E o segmento de vestuário, que no ano passado foi bastante afetado, recuperou força e avançou 39,6% em comparação com o mesmo período de 2020.

Os combustíveis, que foram motivo de queixas constantes durante a crise sanitária, tendo puxado a inflação no Estado em diversos meses, tiveram aumento de 22,6% nas vendas. Também houve aumento de vendas nos segmentos de artigos farmacêuticos e médicos, móveis e eletrodomésticos, hipermercados e supermercados, bem como livros, jornais, revistas e papelaria.

O único setor cujas vendas apresentaram resultado negativo em relação a 2020 foi o de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-25,9%), que esteve em alta nos primeiros meses de pandemia, quando milhares de trabalhadores precisaram se adaptar às pressas a uma rotina de home office.

A queda no desempenho do varejo capixaba foi duas vezes maior que a média nacional. No país, as vendas do comércio diminuíram 0,6% em relação a fevereiro deste ano. Por outro lado, no varejo ampliado, que inclui a venda de materiais de construção e veículos, o resultado foi 0,8% no Espírito Santo, enquanto, no Brasil, foi registrada queda de 5,3%.

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