Os últimos dias não estão sendo fáceis para quem vive do comércio e do setor de serviços. Com o decreto estadual de fechamento de lojas por todo o Espírito Santo, o movimento caiu, o que refletiu nas vendas dos estabelecimentos. Mas, em meio a crise do coronavírus (Covid-19), empreendedores estão mostrando que ainda há esperança. Empresários estão buscando saídas para vencer a turbulência, oferecendo de treinos on-line ao delivery de lingerie.
Em Cariacica, na Grande Vitória, uma empresária do ramo de doces continuou a produção. As entregas são feitas de moto nas casas dos clientes. Caroline Campos, dona da doceria que leva seu nome, conta que há dois anos começou o serviço de delivery, mas o atendimento nesse modelo cresceu nos últimos dias.
Caroline ainda lembra que é importante não desistir nesse momento. Ao todo, a loja tem 15 funcionários e faz um rodízio entre eles. Para ampliar o alcance das entregas contratou mais um motoboy. "O meu papel é empreender e eu não quis reduzir a equipe. Está na hora do empreendedor que está com as portas fechadas e não tem condições de trabalhar se reinventar. Estamos indicando para os amigos para não acabar com as lojas, porque precisamos manter as famílias que dependem do negócio", explica.
O salão do cerimonial de festas em Laranjeiras da Vanessa Gomes Pelissari Soares está fechado devido às determinações das autoridades. A rotina da empresa mudou desde a última terça-feira (17). De um dia para o outro, ela conta que teve que fechar o cerimonial e adiar todas as festas dos meses de março e abril. "Fui obrigada a colocar funcionários de férias e tentar trabalhar em home office. Como prestamos um serviço, os dias perdidos não conseguimos recuperar. E isso efetivamente provoca perda de receita", diz.
"Amo festas e eu e meu marido estamos no mercado há 16 anos e nunca passamos nada igual. Estamos nos reinventando para lançar produtos que atenda clientes em domicílio. Não é nada que consegue substituir por inteiro o faturamento. Mas ajudar a gerar alguma receita para cobrir um pouco dos custos que não param", comenta.
Ela está vendendo kits de festa que atende de quatro a cinco pessoas que contemplam salgadinhos, docinhos e vela do bolo. Segundo ela, o produto pe montado com todos os cuidados de higiene para evitar qualquer possibilidade de contaminação.
Já o Hiago Cretton, proprietário da loja de lingeries Sofisticale, que tem unidades em Cariacica, Vila Velha e Vitória, começou a vender on-line no final do ano passado. A ideia era fornecer para os clientes uma opção a mais de compras, o e-commerce.
"Tínhamos entrando no e-commerce pensando que era algo do futuro, pois víamos que as experiências de compras seriam mais on-line do que presencial. Além disso, no nosso segmento, ainda não tinha nenhuma loja com um trabalho bem feito. Com a pandemia, a nossa demanda por entregas aumentou muito", comenta.
Hiago ainda comenta que antes os motoboys trabalhavam em dias escalados e em meio período. Agora são todos os dias e em horário integral. Além disso, 80% das peças que vende são produções própria e que não há diferenciação de preços do site para a loja física.
Quem fornece serviços também está dando o pulo do gato para sobreviver a essa crise de grandes proporções. Sem pode dar aulas na praia e nas academias, dois empreendedores distintos tiveram que inovar para conseguir superar esse momento de turbulência, o preparador físico Glênio Luiz de Araújo Ferreira e o assessor esportivo Nei Robson Ribondi.
Nei, dono da NR Espostes, realizava treinamento de um grupo de corrida na areia da praia às terças, quintas e sábados de manhã, mas com a pandemia as reuniões precisaram ser suspensos. Por um aplicativo de conversas ele envia os treinos aos alunos e manda vídeos de como realizar os exercícios. Além disso, os alunos fazem aulas ao vivo transmitidas pela internet.
Já o Glênio optou por fazer lives ao vivo todos os dias de semana pelo Instagram. Ele também trabalhava com circuito feito nas áreas da prais e teve que mudar a rotina. Atualmente mais de 400 pessoas assistem as lives da conta dele e, segundo ele, o número está crescendo.
"Estou divulgando meu trabalho por lá e acredito que quando essa crise passar as pessoas ainda vão estar com receio de ir às academias e vão procurar fazer exercícios ao ar livre, que é o tipo de serviço que ofereço", aponta.
Também nessa lista de locais que tiveram que se adaptar para continuar a prestar seus serviços, está a faculdade UCL. João Paulo Chamon, coordenador de infraestrutura, explica que desde que as aulas foram suspensas um novo modelo teve que ser criado. "Passamos a transmitir as aulas ao vivo para os alunos. Isso permitiu que eles continuassem a interagir com seus professores e também continuassem com sua rotina. As aulas acontecem nos mesmos horários e dias que as presenciais, o que ajuda o aluno", comenta.
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