Mais de dois anos se passaram desde que a dragagem e derrocagem do Porto de Vitória foi entregue. A obra, que em meio a promessas, paralisações e aumento de custos se estendeu por cerca de 20 anos, era um antigo anseio do setor produtivo capixaba. Apesar de finalmente ter sido concluída, porém, o porto continua sem poder receber navios maiores e com mais carga porque falta sinalização e a realização de testes para liberar o tráfego dessas embarcações.
As intervenções no Porto de Vitória, administrado pela Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), aumentaram a profundidade do calado de 10,67 metros para 12,50 metros. Elas foram concluídas em outubro de 2017 e custaram R$ 120 milhões aos cofres públicos.
Apesar de estruturalmente o porto estar apto a receber navios com maior profundidade de calado, ainda é preciso realizar a sinalização adequada da Baía de Vitória. De acordo com a colunista de A Gazeta Beatriz Seixas, isso custaria em torno de R$ 1 milhão e essas obras seriam iniciadas no final de dezembro, o que ainda não ocorreu. Essa sinalização náutica indica o caminho para os navegantes, inclui a instalação dos chamados faróis de alinhamento delta.
Após esse período, devem ser iniciados testes de manobras das embarcações, sendo necessários 10 testes de entrada e 10 de saída na Baía de Vitória. A expectativa é que essa etapa dure aproximadamente cinco meses, permitindo que até o final de 2020 o porto seja capaz de intensificar a sua movimentação de cargas. Concluído este processo, ainda será necessária a homologação de todas as mudanças.
A reportagem entrou em contato com a Codesa nesta segunda-feira (13) para saber sobre os prazos para a finalização das intervenções, mas não obteve retorno.
Como aumentou a profundidade do porto, os navios com maior capacidade de carga poderão entrar e sair mais carregados. O limite em vigor é de 30 mil toneladas de carga e deve chegar a 70 mil após todas as intervenções. A expectativa é que a capacidade de movimentação seja aumentada em até 35%.
Em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo da TV Gazeta nesta segunda, o governador Renato Casagrande afirmou que a logística é o maior desafio para o Estado e que é fundamental termos um porto especializado transporte de cargas gerais (em contêineres). Nós temos a perspectiva de investimento privado da empresa Imetame, em Aracruz, que está perto de começar esse porto, disse.
Ele já está quase todo licenciado, então, é um investimento importante que poderá ajudar a consolidar essa relação com Minas Gerais, com Goiás e Mato Grosso, acrescentou o governador.
Além do porto da Imetame, Casagrande também citou o Porto Central, em Presidente Kennedy, e o processo de concessão da Codesa como possibilidades para melhorar o transporte de cargas no Espírito Santo.
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