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Dois blocos de condomínio são interditados e 40 famílias ficam sem casa

Dois blocos de condomínio são interditados e 40 famílias ficam sem casa

Moradores já começaram a retirar pertences dos imóveis do Residencial São Roque, em Cariacica, após queda de caixas-d'água. Algumas famílias ainda iriam se mudar para o local nos próximos dias

Publicado em 30 de dezembro de 2020 às 19:04

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Moradores de condomínio precisaram sair de suas casas após queda de torres
Moradores de blocos afetados recolheram pertences para deixarem suas casas. (Carlos Alberto Silva)

Dois blocos do Residencial São Roque I e II, no bairro Padre Gabriel, em Cariacica, foram interditados pela Defesa Civil Municipal, impactando 40 famílias. A medida foi tomada após o desabamento de duas torres de caixas-d'água da altura de 15 metros no condomínio, que destruíram apartamentos e deixaram um ferido.

O condomínio, do Minha Casa Minha Vida – do governo federal –, foi inaugurado no último dia 14 de dezembro, e contempla 496 moradias para famílias de baixa renda, beneficiando quase 2 mil pessoas, segundo informou na ocasião o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).

Após o desastre ocorrido na manhã desta quarta-feira (30), o bloco 6, do condomínio São Roque 2, e o bloco 5, do condomínio São Roque 1, foram isolados pela Defesa Civil de Cariacica. No final da tarde, moradores voltaram para retirar pertencentes das casas.

No total, são 40 apartamentos nos dois blocos interditados, segundo apurou A Gazeta. Mas nem todos os imóveis já estavam ocupados, visto que algumas famílias ainda iriam se mudar para o local nos próximos dias.

Acidente aconteceu no condomínio do programa Minha Casa Minha Vida, São Roque, em Padre Gabriel(Vitor Jubini)

Segundo a Prefeitura de Cariacica, desde o momento do acidente, equipes da Gerência de Habitação estão no local orientando os moradores, acompanhando a situação e aguardando as decisões da construtora Cobra Engenharia e da Caixa, responsáveis pela obra.

Com o acidente, parte do prédio atingido pela torre pode ser demolida, segundo análise prévia da Defesa Civil. A área foi isolada pelo Corpo de Bombeiros e dois dos 14 blocos foram interditados. As imagens do desabamento são impressionantes.

Uma das torres caiu em cima do quinto andar de um dos prédios e ficou encostada no topo da estrutura. A outra torre desabou no chão. Um trabalhador que fazia manutenção em uma das caixas teve ferimentos na perna e na cabeça e foi levado para um hospital em estado grave segundo os Bombeiros.

O CONDOMÍNIO

O residencial teve obras iniciadas em 2018, na gestão de Michel Temer, e contou com investimento de R$ 41,8 milhões (sendo R$ 40,6 milhões federais e R$ R$ 1,2 milhão do Estado). 

Os apartamentos são de dois quartos, com 49,70 m² de área cada um. O condomínio também conta com parque infantil, centro comunitário, quadra de esportes, salão de festas e gás encanado.

A seleção das famílias foi realizada pela Prefeitura de Cariacica, de acordo com os critérios definidos pelo governo federal e pelo município, e contempla grupos familiares com renda mensal de até R$ 1,8 mil.

O QUE DIZ A CAIXA E O GOVERNO

Acionada pela reportagem de A Gazeta, a Caixa Econômica Federal informou em nota que uma equipe técnica do banco está no local e acompanha o atendimento emergencial às famílias, que deverá ser realizado pela construtora, bem como as ações que serão adotadas para restabelecimento da infraestrutura do empreendimento.

O Ministério do Desenvolvimento Regional informou que "equipes técnicas do MDR e da Caixa estão trabalhando em conjunto com a construtora responsável pela obra, para o atendimento emergencial às famílias, a rápida apuração das causas do desabamento, bem como a apresentação de soluções que serão empregadas para o restabelecimento da infraestrutura".

O QUE DIZ A CONSTRUTORA

A Cobra Engenharia, responsável pela execução do empreendimento, afirmou que "está fornecendo os cuidados necessários para os moradores, incluindo fornecimento de água potável e alimentação e hospedagem. Está providenciando carros pipa para o condomínio e já trabalha na solução para o restabelecimento do fornecimento de água".

Segundo a construtora, uma empresa paulista foi a responsável por projetar, produzir e montar as torres-d'água. "[A empresa] foi acionada desde o momento do acontecido estando a Cobra Engenharia no aguardo de posicionamento acerca das razões do incidente e providências por parte da responsável". O nome da empresa não foi divulgado.

A Cobra Engenharia lamentou o ocorrido e afirmou que "vem trabalhando incansavelmente na solução dos problemas e buscando as causas do infortúnio e se compromete a acompanhar e cobrar ações para a resolução, o mais breve possível, para a volta da normalidade dos moradores" e que "vem colaborando com as autoridades na busca da resolução dos problemas com a maior brevidade possível".

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